Entregue aos jovens pelo Beato João Paulo II, em 1984, no Ano Santo da Redenção, para que a levassem por todo o mundo como o Símbolo da JMJ, a Cruz Peregrina, junto ao Ícone de Nossa Senhora, tem trazido manifestações de devoção e conversão da juventude.
Testemunhos emocionantes são revelados como esta publicação da Taise Forgiarini, jornalista da Diocese de Criciúma, feita na última terça-feira, 8 de janeiro, em sua rede social. É a força de Jesus Cristo presente nos Símbolos da JMJ.
Veja o texto na íntegra
No domingo à noite, quando saíamos da
vigília da Cruz da JMJ, na Catedral São José, conhecemos a Fabiana. Ela
estava no estacionamento ao lado da igreja, por volta da 1h da manhã,
cuidando dos carros pra ver se ganhava uns trocados.
Até aí tudo bem. Ela foi educada.
Aproximou-se do carro e pediu algum dinheiro. Olhei nos seus olhos e vi
algo diferente. Continuamos a conversa enquanto procurávamos alguma
moeda perdida. Nunca confiamos muito neste tipo de pedido, pois sabemos,
a bebida e a droga geralmente são os principais alvos de consumo pra
esse dinheiro. Mas, de repente, ela foi sincera. E nós não conseguimos
deixar de acreditar. Ela disse que estava grávida de dois meses. Que só
queria poder comer alguma coisa. Contou que o marido havia morrido há
pouco tempo, numa troca de tiros, por causa de droga.
Disse que seguiria com a gravidez, mas que
não poderia criar o bebê, então já está programado, vai fazer cesariana e
deixar a criança com um casal que deseja adotá-la.
Falei que ela era uma mulher corajosa, pois
muitas, na situação em que ela se encontra, nem pensariam e tirariam a
criança. Ela se mostrou emocionada e não puder deixar de falar. Mostrei a
ela a cruz que estava lá dentro, indiquei o caminho.
Falei dos milagres que Jesus fez, faz e tem
feito por meio de Sua Cruz. Aquela que estava ali era especial, veio de
longe, percorre o mundo e estávamos tendo uma chance única de deixar
aos pés dela nossas misérias de depositar nela nossas preces.
Fabiana ficou interessada, perguntou onde
ela estava. Mostramos a porta da igreja, era só seguir em frente. Assim
ela foi, e não pude deixar de segui-la. Quando olhei lá estava ela,
abraçada à cruz, com uma fé que transbordava seu corpo. Pensei que ela
só tocaria e daria meia volta. Mais uma vez me enganei.
Ela ficou lá, de
rosto colado, acho que uns 10 minutos. Fiquei contemplando, imaginando o
tamanho da sinceridade da oração que vinha do coração dela. Não tenho
dúvidas de que Deus a ouviu. Assim ela saiu de lá, com muitas lágrimas
caindo sobre seu rosto. O meu também estava molhado, eram lágrimas de
gratidão. Fui até ela novamente, pedi para abraça-la, desejei que ela
continuasse seu caminho. Agora não mais sozinha. Além do Ser que carrega
no ventre, agora ela poderia contar com a companhia de Jesus.
Ela agradeceu emocionada e saiu. Nós
ficamos com a lição. Viemos embora com este exemplo no coração. Deus nos
coloca em lugares e situações inesperadas e fala conosco assim, por
meio de histórias e vidas. A Fabiana é mais uma vítima do sistema, sofre
preconceito, chora as perdas e sonha com dias melhores. Ainda vou
reencontrá-la, mas por hora, só tenho uma coisa a dizer:
Obrigada Fabiana pela oração que pude viver e fazer por meio de você! Tenho certeza que não estás mais sozinha. Deus te abençoe!
Depoimento escrito por Taise Forgiarini - Diocese de Criciúma.
Foto - Bote Fé Floripa
Fonte: www.rio2013.com