sexta-feira, 25 de setembro de 2015

É pecado atender o celular durante a missa?

    

     Desde que vivemos na era dos telefones móveis, inúmeras pessoas os carregam sempre consigo, seja para trocar mensagens, jogar ou simplesmente conversar. É um contínuo olhar sempre para a telinha do celular para ver o que está acontecendo, o que alguém falou, o que me enviaram ou as ligações perdidas.

Nos atos públicos ou espetáculos, sempre se pede: “Desliguem seus celulares”. Algumas pessoas continuam com eles ligados, e não é raro ouvir o som de uma ligação no meio de um concerto ou de uma peça de teatro, para a indignação do resto do público. Será que a pessoa esqueceu de desligá-lo, colocá-lo no silencioso ou no modo avião? É o mais provável, mas não faltam aqueles que não querem desligar seu aparelho de jeito nenhum.

Pois é. As pessoas também costumam levar o celular à missa. E também é comum ouvir o som do celular no meio da celebração. Se o celular está escondido dentro de uma bolsa, então, ele toca, toca, toca, até que se ouve um “Alô?”. Quem atende costuma sair da igreja para falar lá fora. Às vezes se escuta a chamada de atenção dos outros fiéis. E inclusive o padre precisa parar a missa até ouvir o celular parar de tocar.

Certa vez, uma senhora perguntou ao padre: “É pecado atender o celular no meio da missa?”. A resposta do sacerdote foi interessante: “O celular precisa ser desligado quando a pessoa entra na igreja, porque o barulho dele pode impedir você de acompanhar tranquilamente a Eucaristia, e não só isso: atrapalha também as outras pessoas, e até o próprio padre, que se distrai se ele tocar”.

E a mulher insistiu: “Mas é pecado, padre?”. E a resposta do padre foi: “Se você o deixou ligado sem querer, não é pecado. Mas se lembra que ele está ligado e não o desliga, é uma falta de consideração com o Senhor na Eucaristia, com o sacerdote que está celebrando e com os demais fiéis. E se você faz isso com frequência, pode ser sinal de dependência do celular”.

A mulher disse: “Se atendo o celular no meio da missa, mas saio da igreja e vou conversar lá fora, deixo de cumprir o preceito dominical?”. O padre explicou que, se sua intenção era ir à missa, mas recebeu uma ligação urgente, não deixa de cumprir o preceito dominical. “De qualquer maneira, é uma falta de respeito, tanto com o Senhor presente na Eucaristia quanto com os demais fiéis. Meu conselho é que você sempre deixe o celular desligado ou no silencioso; assim, estará mais atenta ao que veio fazer na igreja”, completou.

As ligações quase nunca são urgentes, e podem ser atendidas fora do templo depois da missa. Isso é feito por respeito com relação a quem está no templo: Deus e os fiéis. Se há um problema de dependência, é preciso buscar tratamento psicológico para eliminar essa adição ao celular.

Não se trata, portanto, de ser ou não um pecado, pois não é, mas sim de respeito e de consideração, em primeiro lugar com Deus, que preside o templo. Imagine uma reunião da empresa como chefe: se todos atendessem o celular, o gestor ficaria sem interlocutores na reunião, pois todos estariam com o aparelho pendurado na orelha.

É preciso ter bom senso no uso dos celulares. E evitar dependência.


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Esta freira resgata travestis e transexuais da prostituição

Eram pessoas rejeitadas pela sociedade que acabaram se prostituindo por necessidade, mas agora encontraram o rosto do amor e da misericórdia


A irmã Mônica Astorga, carmelita descalça que mora em Neuquén, acompanha há 10 anos um grupo de travestis e transexuais que decidiram, com sua ajuda, abandonar a prostituição e as drogas para iniciar um caminho de recuperação e reinserção social.
Em 2005, uma travesti chamada Romina foi até a paróquia de Nossa Senhora de Lourdes para oferecer um dízimo. Ao saber que o dinheiro provinha da prostituição, o padre a encaminhou ao mosteiro das carmelitas. Foi então que conheceu a irmã Mônica.
Mônica conversou durante uma hora com a travesti. Romina contou que ela e muitas das suas amigas queriam deixar a prostituição, mas não tinham outra opção. A religiosa a convenceu a levar suas amigas a um encontro com ela. Alguns dias depois, rezaram juntas e compartilharam suas experiências de vida, suas dores.
“Fomo rezar, e depois lhes perguntei sobre os sonhos que tinham, porque uma pessoa sem sonhos não tem vida. Então me contaram sobre seu desejo de ser cabeleireiras, cozinheiras, ter seu próprio negócio. Katty, outra travesti, disse-me que queria ter uma cama limpa para morrer. Por quê? Porque a expectativa de vida para uma travesti é de 40 anos de idade”, contou a religiosa, em uma entrevista gravada com o produtor Juan Martín Ezratty.
A religiosa se sentiu tocada e decidiu ajudar. Entrou em contato com as autoridades da Cáritas e com o bispo diocesano e começou um projeto de salão de beleza e uma cooperativa de costura, enquanto providenciava uma casa para suas reuniões. Katty, aquela que queria uma cama para morrer, agora dirige a casa, o curso de costura e hospeda as travestis da rua.
“Eu faço isso com fé. Procuro colocar Deus em suas vidas, que se sintam amadas por Deus, por Jesus, que o vejam como um Amigo, que as ama como elas são”, resumiu a religiosa.
Ao longo do seu trabalho, a freira teve muitos obstáculos: “Já me perguntaram por que havia travestis na Igreja… Mas a Igreja é para todos. Jesus esteve com quem? Com os pecadores, oras! O que me importa é que vivam dignamente, que não tenham necessidade de passar as noites com frio, com temperaturas abaixo de zero. O que ofereço é um espaço para rezar, para encontrar um emprego… O resto é obra de Deus, que é muito misericordioso”.
Segundo relatou a carmelita, o Papa Francisco conhece este trabalho e a incentiva a continuar. “Em uma carta, ele me pediu para não abandonar este trabalho que o Senhor colocou no meu caminho. E se ofereceu para me acompanhar no que eu precisar”.
Quando foi eleito Papa, a irmã Mônica enviou uma saudação a Francisco, em nome de todas as “meninas” que ela acompanha. “Ele respondeu dizendo que não as julgava, que as amava e que soubessem que Jesus e Maria as ama muito”, contou.
A religiosa fez um pedido a toda a sociedade para que seja consciente do dano que estas pessoas sofrem. “Em qualquer família é possível que haja pessoas que se assumam como homossexuais. Peço-lhes que as recebam com todo o amor que merecem, que não as rejeitem, porque essa rejeição pode acabar levando as pessoas à prostituição. Tudo isso pode ser evitado com o acolhimento das famílias”, opinou a freira que acompanha as travestis.

Fonte: www.aleteia.org