quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Aos trancos e barrancos: Entenda por que Deus permite tantos problemas e dificuldades na sua vida



“Ainda que o mundo venha abaixo, haveremos de prosseguir.”

A frase acima é uma das minhas prediletas de Teresa D’Ávila. Revela a força de uma alma apaixonada por Deus, que mesmo consciente de suas fraquezas e das dificuldades enfrentadas, conheceu o caminho da perseverança, do prosseguir, do continuar, do ir até o fim.

Seria muito bom se fosse tudo muito fácil na vida cristã! Que durante a nossa caminhada para Deus nada saísse do lugar, tudo permanecesse tranquilo como um lago, calmo como a brisa e fácil como descansar na casa de praia.

Na verdade, experimento outra realidade. Parece que vou mesmo é “aos trancos e barrancos”, caindo e levantando, nas lutas sem fim, no cansaço que não descansa, na labuta do começar sempre de novo, no desejo constante de ser fiel; caminhando sem forças, esperando sempre além, indo mais longe do que meus próprios passos, testemunhando tudo desabar, sem aviso prévio, sem chance de voltar.

É um verdadeiro mar agitado por fortes ondas de tentações, uma ventania de medos e a experiência de nem mesmo ter onde “repousar a cabeça” ou mesmo o coração. Uma sábia irmã de comunidade costumava dizer que quem quer “sombra e água fresca” não deve se meter com o Espírito Santo! E que verdade!

Verdade porque Deus tem a capacidade de nos desinstalar continuamente de nossas seguranças, de fazer o mundo girar de cabeça para baixo, de testar os limites da nossa lógica, de desfazer qualquer planejamento em fração de segundos e de recomeçar todo o processo novamente minutos depois. Tudo isso porque Ele se especializou em nos salvar. E se Ele permanecer no controle das nossas vidas, o mundo pode cair e desabar, venha o que vier, seja o que for, prosseguiremos por Sua Graça e veremos que nada pode impedir que a vontade Dele se cumpra em um coração decidido a ir até o fim.

Quando menos tenho forças, para que a Graça prevaleça diante da minha pequenez, gosto de dizer baixinho, para que Deus escute como um pedido, “não por presunção, mas por vocação”, que “ainda que o mundo venha abaixo”, quero, desejo e preciso prosseguir.

Santa Teresa, Rogai por nós!


(via Shalom)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

A solidão da Quaresma

Estamos sós porque somos incompletos – feitos para amizade, amor e plenitude.

De todas as dores que Jesus sofreu em sua paixão, qual lhe doeu mais? Eu suspeito que foi a dor no seu coração e na sua alma. Há limites para a dor física. Pode-se desmaiar e assim distanciar-se um pouco da dor. Mas a dor psíquica (isto é, dor de coração e alma) pode ser sem socorro e imensurável. Pode demorar, e a raiva, permanecer por muito tempo após o doloroso acontecimento. A dor psíquica pode infiltrar-se na profundidade da alma e encontrar lugares ocultos para atormentar, alimentar-se e crescer. A dor do coração e da alma pode fazer nascer o isolamento e o desespero.

Revendo os relatos bíblicos da noite de Quinta-feira Santa até Sexta-feira Santa, vejo que a dor psíquica que causou maior sofrimento em Jesus foi a solidão. Em Mateus 26, vemos que seus amigos mais próximos, após prometerem que permaneceriam fiéis até a morte, não ficaram acordados com ele no jardim das Oliveiras, apesar de Jesus ter suplicado várias vezes. Judas o traiu com um beijo, e os outros apóstolos fugiram quando as autoridades chegaram. Certamente Jesus sofreu terrível solidão, permanentemente abandonado por seus amigos e rodeado por aqueles que o odiavam.

Após sua prisão, Jesus se apresentou sem advogado, nenhum aliado, nem mesmo um amigo para assumir a sua causa perante o Sinédrio (a mais alta Corte de Justiça na antiga Jerusalém). Mais uma vez, Jesus está sozinho, separado de qualquer um que possa ter reivindicado a amá-lo. Certamente o coração de Jesus, o coração do amor perfeito, sofreu terrível solidão naquele momento.

Em Lucas 22, lemos que Jesus olhou para Pedro justamente na hora em que Pedro o negou, mesmo Jesus sabendo que ele faria isso – assim como Jesus havia previsto. Certamente não era nenhum consolo para Jesus, apenas que ele estava certo sobre a negação de Pedro.

Em João 19, lemos que Jesus lamenta na cruz, “tenho sede”. Não é difícil imaginar que sua sede não seja somente de água, mas de amor, de compaixão e de almas.

Mais pungente de tudo, talvez, encontra-se quando lemos em Marcos 15 Jesus clamando na cruz, seu coração trespassado pela dor do abandono, uma dor tão grande que ele se sente abandonado até mesmo por Deus. Certamente uma dor que não é exclusivamente uma dor física, mas uma dor verdadeira e penetrante de coração e alma.

Por que eu menciono tudo isso? Eu poderia partir das palavras acima e fazer um pedido urgente a caminhar com Jesus nesta Quaresma em sua solidão, sua sede de amor e almas, como rezamos nas estações da cruz ou diante do Santíssimo Sacramento. Tais práticas são sempre louváveis, especialmente durante a Quaresma, mas eu falo da solidão de Jesus com um objetivo diferente.

Sabemos que Jesus sofredor pode ser encontrado em nosso vizinho (Mt. 25, 40). Os santos sempre nos pediram para executar as obras corporais e espirituais de misericórdia para com o próximo por amor a Cristo sofredor. Tais obras são sempre importantes – especialmente durante a Quaresma.

Minha preocupação aqui é alertar para o fato doloroso que facilmente negligenciamos o vizinho mais próximo no qual podemos encontrar Jesus, e que é nós mesmos. A solidão que é inevitável neste mundo caído aflige Jesus em seu coração e alma quando ele habita em nós.

Cada um de nós sente a ferida da solidão de vez em quando; alguns sofrem de solidão por uma temporada; e parece que algumas pobres almas são afligidas pela solidão como uma ferida que se recusa a curar. O que uma agraciada e frutuosa Quaresma seria se vivêssemos a liberdade e generosidade necessárias para encontrar e amar Jesus compassivamente sofrendo dentro de nós, como nós passamos por nossa própria paixão da solidão.

Por que estamos sós? Porque nós somos incompletos – feitos para amizade, amor e plenitude. Mesmo a nossa melhor forma humana seria solitária, pois há um buraco na forma de Deus em nossos corações que não pode ser preenchido nesta vida.

Estamos sós porque a nossa cultura está doente, ensina-nos a amar as coisas e usar as pessoas, nos tornando ídolos de criaturas e objetos na esperança de seduzir nossa solidão. Nossa cultura nos exorta a ser canibais sexuais, alimentando-se de carne humana, enquanto nega-se à alma humana que tem sido feita divinamente para o verdadeiro amor.

Estamos sós porque podemos ter afastado o amor ou bloqueado fora de nós o amor. E nós podemos ser solitários apenas por circunstâncias – vivendo em separação ou alienação, não por nossa escolha.

E dentro dessa vida solitária que todos nós enfrentamos, podemos encontrar o Jesus compassivo, o Homem das Dores, esperando por nós. A Quaresma é um tempo privilegiado para promover a liberdade e bondade necessárias para ir ao encontro de Jesus, que se partiu para atender às nossas necessidades. Vamos olhar para Ele e ter com Ele, começando com a dor da solidão dos nossos próprios corações. Vamos agradecer-Lhe por enfrentar sem reservas ou lamentar as nossas necessidades, dores e incompletudes. Através da nossa oração podemos lembrá-Lo que Ele não está sozinho em nós; ao fazer isso, podemos enxergar que nós também não estamos sozinhos. Tal graça surpreendente pode se tornar uma fonte de resistência e esperança, para que fiquemos com Jesus em seu sofrimento, para que possamos regozijar com Ele em sua vitória.

Padre Robert McTeigue, SJ, é um membro da “Maryland Province of the Society of Jesus”. Professor de filosofia e teologia, tem longa experiência na direção espiritual, retiros e formação religiosa. Ensina filosofia na Universidade Ave Maria, FL, e é conhecido por suas aulas de retórica e ética.

Fonte: Aleteia

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Por que às vezes se toca um sino durante a consagração?

Uma pergunta que todo católico deveria responder.

Durante a missa pré-conciliar (que se celebrava em latim, e na qual os fiéis viam o sacerdote de costas), muitos fiéis se desconcentravam, se distraíam e não distinguiam os diferentes momentos da celebração.
Então, para chamar a atenção dos fiéis nos momentos culminantes da missa, eram usados pequenos sinos (carrilhão), para orientá-los, especialmente na hora da consagração.


No caso da consagração, havia duas formas de chamar a atenção dos fiéis: o sininho que o coroinha tocava e a colocação de uma palmatória (um tipo de castiçal) com uma vela acesa no altar.


Estes sinais permitiam que as pessoas soubessem que algo importante estava acontecendo, ou que estava a ponto de acontecer. Todos os fiéis se colocavam de joelhos, atitude que se mantém até hoje.
Atualmente, como a missa se celebra em língua vernácula, as pessoas estão mais atentas e sabem qual é o momento da consagração; por isso, o uso do sino foi suprimido como obrigatório e mantido como opcional.
Segundo a Instrução Geral do Missal Romano, “um pouco antes da consagração, o ministro, se for oportuno, adverte os fiéis com um sinal da campainha. Faz o mesmo em cada elevação, conforme o costume da região” (n. 150).

Fonte: Aleteia


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

40 PROPÓSITOS PARA A QUARESMA - IMPRIMA O SEU!

Se você deseja fazer conosco os 40 propósitos para esta quaresma e não apanhou o seu folheto na paróquia na quarta-feira, disponibilizamos aqui em nosso blog para que você. Basta imprimir, recortar os quadrados e dobrá-los, toda noite você apanha um propósito que será o seu no dia seguinte.