quarta-feira, 30 de abril de 2014

São José Operário - Cardeal Tempesta

         
        A memória de São José Operário vem-se celebrando liturgicamente desde 1955. A Igreja recorda assim – seguindo o exemplo de São José e sob o seu patrocínio –, a valorização do ser humano e a questão sobrenatural do trabalho. Todo o trabalho humano é colaboração com a obra de Deus Criador, e, por Jesus Cristo, converte-se na medida do amor a Deus e da caridade com os outros em verdadeira oração e em apostolado.

            Quanto ao título: São José Operário: ele trabalhou a vida toda para sustentar a Sagrada Família e depois ver Nosso Senhor Jesus Cristo dar a vida pela humanidade. É uma inspiração para este dia primeiro de maio, que recorda a luta dos trabalhadores do mundo todo pleiteando respeito a seus direitos.  Foi uma das motivações que levou o Papa Pio XII a instituir a festa de “São José Trabalhador”, em 1955, na mesma data em que se comemora o Dia do Trabalho em quase todo o planeta.

            Foi no primeiro de maio de 1886, em Chicago, maior parque industrial dos Estados Unidos à época, que os operários de uma fábrica se revoltaram com a situação desumana a que eram submetidos e pelo total desrespeito à pessoa que patrões demonstravam. Eram trezentos e quarenta em greve e a polícia massacrou-os sem piedade. Mais de cinquenta ficaram gravemente feridos e seis deles foram assassinados num confronto desigual.

            São José é o modelo ideal de operário e de homem que viveu a caridade. Ele sustentou sua família durante toda a vida com o trabalho de suas próprias mãos, cumpriu sempre seus deveres para com a comunidade, ensinou ao Filho de Deus a profissão de carpinteiro e, dessa maneira suada e laboriosa, permitiu que as profecias se cumprissem e seu povo fosse salvo, assim como toda a Humanidade.

            A Igreja, ao apresentar-nos São José como modelo, não se limita a louvar uma forma de trabalho, mas a dignidade e o valor de todo o trabalho humano honrado. Na primeira Leitura da Missa, lemos a narração do Gênesis em que o homem surge como participante da Criação. A Sagrada Escritura também nos diz que Deus colocou o homem no jardim do Éden para que o cultivasse e guardasse.

            O trabalho foi desde o princípio um preceito para o homem, uma exigência da sua condição de criatura e expressão da sua dignidade. E a forma como colabora com a Providência Divina sobre o mundo. “Enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que se movem pelo chão” (Gn 1, 28).

Porém, com o pecado original, a forma dessa colaboração sofreu uma alteração como consequência do pecado: “com fadiga te alimentarás dela todos os dias da tua vida... Comerás o pão com o suor de teu rosto” (Gn 3, 17-19).

            É frequente observar que a sociedade materialista dos nossos dias valoriza o que produz e aprecia os homens “pelo que ganham”, pela sua capacidade de obter um maior nível de bem-estar econômico. É hora de todos nós, cristãos, anunciarmos bem alto que o trabalho é um dom de Deus, e que não faz nenhum sentido dividir os homens em diferentes categorias, conforme os tipos de trabalho, considerando umas ocupações mais nobres do que outras. O trabalho, todo o trabalho, é testemunho da dignidade do homem, do seu domínio sobre a criação; é o meio de desenvolvimento da personalidade; é vinculado de união com os outros seres; fonte de recursos para o sustento da família; meio de contribuir para o progresso da sociedade em que se vive e para o progresso de toda a humanidade.

            Proclamando São José como protetor dos trabalhadores, a Igreja quis demonstrar que está ao lado deles, os mais oprimidos, dando-lhes como patrono o mais exemplar dos homens, aquele que aceitou ser pai adotivo de Deus feito homem, mesmo sabendo o que poderia acontecer à sua família. José lutou pelos direitos da vida do ser humano ao proteger Jesus, e, agora, coloca-se ombro a ombro na luta pelos direitos humanos dos trabalhadores do mundo, por meio dos membros da Igreja que aumentam as fileiras dos que defendem os operários e seu direito a uma vida digna.

            São José ensina-nos a realizar bem o ofício que nos ocupa tantas horas: as tarefas domésticas, o laboratório, o arado ou o computador, o trabalho de carregar pacotes ou de cuidar da portaria de um edifício... A categoria de um trabalho reside na sua capacidade de nos aperfeiçoar humana e sobrenaturalmente, nas possibilidades que nos oferece de levar adiante a família e de colaborar nas obras em favor dos homens, na ajuda que através dele prestamos à sociedade...

            Contudo, São José, enquanto trabalhava, tinha Jesus diante de si. Jesus deve ter-lhe ajudado em seu trabalho. Quando se sentia cansado, olhava para o seu filho, que era o Filho de Deus, e aquela tarefa adquiria aos seus olhos um novo vigor, porque sabia que com o seu trabalho colaborava com os planos misteriosos, mas reais, da salvação. Peçamos-lhe, hoje, que ele nos ensine a ter a presença de Deus e a exercer a caridade que ele teve enquanto exercia o seu ofício. E não nos esqueçamos da Virgem Maria, a quem vamos dedicar com muito amor este mês de maio que hoje começa. Não nos esqueçamos de oferecer em sua honra, nestes dias, alguma hora de trabalho ou de estudo, e, principalmente o Santo Rosário, oração contemplativa que nos faz entrar na história da salvação.

            
Orani João, Cardeal Tempesta. O.Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

CURADAS PARA AMAR: Um dia dedicado só para mulheres


Evangelho: Quem pratica a verdade se aproxima da luz


Quem pratica a verdade se aproxima da luz 

Jo 3,16-21

De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem crê nele não será condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho único de Deus [...]. Mas quem pratica a verdade se aproxima da luz, para que suas ações sejam manifestadas, já que são praticadas em Deus.

COMENTÁRIOS

O mundo é o lugar da manifestação do amor de Deus por toda a humanidade

O evangelho deste dia é o último trecho do diálogo catequético-batismal de Jesus com Nicodemos. Trata-se de uma apresentação genial da razão da encarnação e da redenção: o amor de Deus é a causa preexistente da encarnação do Verbo eterno; a morte gloriosa de Jesus para a salvação do mundo é o gesto do amor de Deus por toda a humanidade, revelado no seu Filho unigênito. Nosso mundo não é, na visão cristã, um vale de lágrimas, nem estamos num desterro. O mundo é o lugar da manifestação do amor de Deus por toda a humanidade, o lugar em que o Verbo “armou a sua tenda” (Jo 1,14). Pela fé no Filho de Deus é dada aos que creem a vida eterna, a participação na vida divina. A vida eterna é comunhão de vida com o Pai e o Filho (cf. Jo 17,3). A vida eterna precisa ser recebida como dom do amor incomensurável de Deus por toda a humanidade. É Deus que, por seu Filho, nos introduz e nos faz participar da sua vida divina. A fé, contudo, está subordinada à liberdade do ser humano. Ao invés da Luz, os homens podem preferir as trevas (cf. Jo 1,4-5.9-11).

Carlos Alberto Contieri, sj

São José Benedito Cotolengo - 30 de Abril


José Benedito Cotolengo nasceu em Brá, na província de Cuneo, no norte da Itália, no dia 3 de maio de 1786. Foi o mais velho dos doze filhos de uma família cristã muito piedosa. Ele tinha apenas cinco anos quando sua mãe o viu medindo os quartos da casa com uma vara, para saber quantos doentes pobres caberiam neles. Dizia que, quando crescesse, queria encher sua casa com esses necessitados, fazendo dela "seu hospital". O episódio foi um gesto profético. Na cidade de Brá, ainda se conserva tal casa.

Com dezessete anos, ingressou no seminário e, aos vinte e cinco, se ordenou sacerdote na diocese de Turim. Seu ministério foi marcado por uma profunda compaixão pelos mais desprotegidos, esperando sempre a hora oportuna para concretizar os ideais de sua vocação.

Em 1837, padre José Benedito foi chamado para ministrar os sacramentos a uma mulher grávida, vítima de doença fatal. Ela estava morrendo e, mesmo assim, os hospitais não a internaram, alegando que não havia leitos disponíveis para os pobres. Ele nada pôde fazer. Entretanto, depois de ela ter morrido e ele ter confortado os familiares, o padre se retirou para rezar. Ao terminar as orações, mandou tocar os sinos e avisou a todos os fiéis que era chegada a hora de "ajudar a Providência Divina".

Alugou uma casa e conseguiu colocar nela leitos e remédios, onde passou a abrigar os doentes marginalizados, trabalhando, ele mesmo, como enfermeiro e buscando recursos para mantê-la, mas sem abandonar as funções de pároco. Era tão dedicado aos seus fiéis a ponto de rezar uma missa às três horas da madrugada para que os camponeses pudessem ir para seus campos de trabalho com a Palavra do Senhor cravada em seus corações.

Os políticos da cidade, incomodados com sua atuação, conseguiram fechar a casa. Mas ele não desistiu. Fundou a Congregação religiosa da Pequena Casa da Divina Providência e as Damas da Caridade ou Cotolenguinas, com a finalidade de servir os pequeninos, os deficientes e os doentes. Os fundos deveriam vir apenas das doações e da ajuda das pessoas simples. Padre José Benedito Cotolengo tinha como lema "caridade e confiança": fazer todo o bem possível e confiar sempre em Deus. Comprou uma hospedaria abandonada na periferia da cidade e reabriu-a com o nome de "Pequena Casa da Divina Providência".

Diante do Santíssimo Sacramento, padre José Benedito e todos os leigos e religiosos, que se uniram a ele nessa experiência de Deus, buscavam forças para bem servir os doentes desamparados, pois, como ele mesmo dizia: "Se soubesses quem são os pobres, vós os servirias de joelhos!". Morreu de fadiga, no dia 30 de abril de 1842, com cinqüenta e seis anos.

A primeira casa passou a receber todos os tipos de renegados: portadores de doenças contagiosas, físicas e psíquicas, em estado terminal ou não. Ainda hoje abriga quase vinte mil pessoas, servidas por cerca de oitocentas irmãs religiosas e voluntárias. A congregação pode ser encontrada nos cinco continentes, e continua como a primeira: sem receber ajuda do Estado ou de qualquer outra instituição. O padre José Benedito Cotolengo foi canonizado por Pio XI em 1934, e sua festa litúrgica ocorre no dia 30 de abril.


Fonte: Paulinas

terça-feira, 29 de abril de 2014

Missa pelo dia de São José Operário


Próxima quinta-feira(01/05) feriado pelo dia do trabalho e também dia de São José Operário, será celebrada uma Santa Missa na Capela de São José na comunidade do Amorim às 10h da manhã. Aqueles que desejarem, podem levar suas carteiras de trabalho, currículos e etc para benção. 

A capela fica na Rua Rosa da Fonseca, 22 - Amorim.

Mais informações: 3437-5111

Nos braços de Maria - Mons.Jonas Abib


O mês de maio se aproxima e devemos nos atentar ao que Maria nos diz, com muita ternura e firmeza, para os dias de hoje: “Rompam com o pecado, pois o seu resgate custou a humilhação, a obediência, o Sangue do Filho de Deus: Jesus. Custou muito todo o sofrimento dele, e também a minha dor. O seu resgate teve um preço muito alto”.
A posição que Maria assume nos dias atuais é a seguinte: toma-nos em seus braços, como tomou naquele dia o corpo de Jesus, descido da cruz. Michelangelo esculpiu uma linda estátua que representa esse episódio: a Virgem Maria com o corpo de Jesus nos braços. É a chamada Pietà, a Nossa Senhora da Piedade.
Veja tudo que Jesus passou no caminho para ser crucificado e durante as três horas que ficou na cruz. Ele ficou desfigurado depois da flagelação, da coroação de espinhos, da subida ao Calvário, e por fim a crucificação. E foi este Jesus que Maria recebeu ao pé da cruz, nos seus braços.
Maria está nos tomando na mesma situação em que tomou o corpo de Jesus. Toma-nos em seus braços para curar as nossas chagas, nossas enfermidades e todo os estragos que a vida, o pecado fizeram em nós. Mesmo que nosso exterior não aparente, em nosso interior, em nossa alma, em nosso espírito, infelizmente permanecem todas essas deformações.
Imagine quantas cicatrizes a vida fez em você. Em situações das quais você teve ou não culpa, mas que a vida fez em você mesmo assim. Maria, ao pé da cruz, quer tomar a cada um de nós em seus braços para nos banhar no Sangue de Jesus. Para nos curar e nos libertar. Tocar cada uma de nossas chagas. E fazer-nos realmente novos.
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova e presidente de honra da Fundação João Paulo II, mantenedora do Sistema Canção Nova de Comunicação, em Cachoeira Paulista (SP). 

Evangelho: Conversa de dois Mestre sobre o Espírito


Conversa de dois Mestre sobre o Espírito 

Jo 3,7b-15

“É necessário para vós nascer do alto. O vento sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim é também todo aquele que nasceu do Espírito.” Nicodemos, então, perguntou: “Como pode isso acontecer?” Jesus respondeu: “[...] Em verdade, te digo: nós falamos do que conhecemos e damos testemunho do que vimos, mas vós não aceitais o nosso testemunho. Se não acreditais quando vos falo das coisas da terra, como ireis crer quando eu vos falar das coisas do céu? Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu: o Filho do Homem. [...]”.

COMENTÁRIOS

Jesus e Nicodemos
O evangelho de hoje é a sequência do diálogo catequético-batismal entre Jesus e Nicodemos que começamos a ver no dia de ontem. Para compreender o mistério de Deus e desfrutar do seu reinado é preciso “nascer do alto”; é preciso, movido pelo Espírito que como o vento sopra onde quer, superar o que é estritamente carnal e não permitir que a relação do homem com Deus se reduza ao puramente terrestre ou seja definitivamente condicionada por ele. É preciso deixar-se mover e conduzir por Deus. Sem isso, é impossível compreender o mistério de Jesus Cristo e reconhecer que ele é o enviado do Pai. As considerações de Jesus fazem Nicodemos titubear e declarar a própria ignorância (v. 9). Sua dificuldade de compreensão pode ser atribuída ao raciocínio estreito em que o homem prisioneiro do seu próprio modo de pensar se fecha para a novidade de Deus. Somente o novo nascimento, uma vida segundo o Espírito, pode permitir ao ser humano sair do hermetismo do racionalismo e de uma prática vaidosamente rigorosa da Lei e conhecer, por uma relação pessoal e íntima com o Senhor, o mistério de Deus e receber dele a luz que faz sair da escuridão e caminhar sem tropeçar.

Carlos Alberto Contieri, sj

Santa Catarina de Sena - 29 de Abril


Catarina era apenas uma irmã leiga da Ordem Terceira Dominicana. Mesmo analfabeta, talvez tenha sido a figura feminina mais impressionante do cristianismo do segundo milênio. Nasceu em 25 de março de 1347, em Sena, na Itália. Seus pais eram muito pobres e ela era uma dos vinte e cinco filhos do casal. Fica fácil imaginar a infância conturbada que Catarina teve. Além de não poder estudar, cresceu franzina, fraca e viveu sempre doente. Mas, mesmo que não fosse assim tão debilitada, certamente a sua missão apostólica a teria fragilizado. Carregava no corpo os estigmas da Paixão de Cristo.

Desejando seguir o caminho da perfeição, aos sete anos de idade consagrou sua virgindade a Deus. Tinha visões durante as orações contemplativas e fazia rigorosas penitências, mesmo contra a oposição familiar. Aos quinze anos, Catarina ingressou na Ordem Terceira de São Domingos. Durante as orações contemplativas, envolvia-se em êxtase, de tal forma que só esse fato possibilitou que convertesse centenas de almas durante a juventude. Já adulta e atuante, começou por ditar cartas ao povo, orientando suas atitudes, convocando para a caridade, o entendimento e a paz. Foi então que enfrentou a primeira dificuldade que muitos achariam impossível de ser vencida: o cisma católico.

Dois papas disputavam o trono de Pedro, dividindo a Igreja e fazendo sofrer a população católica em todo o mundo. Ela viajou por toda a Itália e outros países, ditou cartas a reis, príncipes e governantes católicos, cardeais e bispos, e conseguiu que o papa legítimo, Urbano VI, retomasse sua posição e voltasse para Roma. Fazia setenta anos que o papado estava em Avignon e não em Roma, e a Cúria sofria influências francesas.

Outra dificuldade, intransponível para muitos, que enfrentou serenamente e com firmeza, foi a peste, que matou pelo menos um terço da população européia. Ela tanto lutou pelos doentes, tantos curou com as próprias mãos e orações, que converteu mais algumas centenas de pagãos. Suas atitudes não deixaram de causar perplexidade em seus contemporâneos. Estava à frente, muitos séculos, dos padrões de sua época, quando a participação da mulher na Igreja era quase nula ou inexistente.

Em meio a tudo isso, deixou obras literárias ditadas e editadas de alto valor histórico, místico e religioso, como o livro "Diálogo sobre a Divina Providência", lido, estudado e respeitado até hoje. Catarina de Sena morreu no dia 29 de abril de 1380, após sofrer um derrame aos trinta e três anos de idade. Sua cabeça está em Sena, onde se mantém sua casa, e seu corpo está em Roma, na Igreja de Santa Maria Sopra Minerva. Foi declarada "doutora da Igreja" pelo papa Paulo VI em 1970.


Fonte: Paulinas

segunda-feira, 28 de abril de 2014

S. João XXIII, "Papa da docilidade ao Espírito" e S. João Paulo II, "Papa da família" - Papa Francisco, na homilia das canonizações


Uma incontável multidão participou, na Praça de São Pedro e imediações, assim como nos variados locais de Roma através de ecrans gigante, na Missa de canonização de João XXIII e de João Paulo II. Sobressaem os polacos e, entre os italianos, especialmente os fiéis da diocese de Bérgamo, terra natal do Papa Roncalli. Presente, concelebrando a Missa, o papa emérito, Bento 

Como prevê o ritual, a celebração começou com o pedido, apresentado pelo cardeal Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. No momento da proclamação solene, intensos os aplausos da imensa assembleia. 

Na homilia, Papa Francisco começou por comentar o Evangelho do dia, em que – observou – “encontramos as chagas gloriosas de Jesus ressuscitado”. Tomé, que não se encontrava presente na primeira manifestação do Senhor, disse que “se não visse e tocasse aquelas feridas, não acreditaria”. Oito dias depois, Jesus apareceu de novo no Cenáculo e, dirigindo-Se a ele, convidou-o a tocar as suas chagas. E então aquele homem sincero, habituado a verificar tudo pessoalmente, ajoelhou-se diante de Jesus e disse: «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20, 28). 

Se as chagas de Jesus podem ser de escândalo para a fé (fez notar o Papa Francisco), são também a verificação da fé. 

“É por isso que no corpo de Cristo ressuscitado as chagas não desaparecem, continuam, porque aquelas chagas são o sinal permanente do amor de Deus por nós, sendo indispensáveis para crer em Deus: não para crer que Deus existe, mas sim que Deus é amor, misericórdia, fidelidade.” 

Citando Isaías, São Pedro escreve aos cristãos: «pelas suas chagas, fostes curados».

“S. João XXIII e S. João Paulo II tiveram a coragem de contemplar as feridas de Jesus, tocar as suas mãos chagadas e o seu lado trespassado. Não tiveram vergonha da carne de Cristo, não se escandalizaram d’Ele, da sua cruz; não tiveram vergonha da carne do irmão (cf. Is 58, 7), porque em cada pessoa atribulada viam Jesus. 
Foram dois homens corajosos, cheios da parresia do Espírito Santo, e deram testemunho da bondade de Deus, da sua misericórdia, à Igreja e ao mundo.” 

Por outro lado - prosseguiu Papa Francisco – ambos eles foram sacerdotes, bispos e papas do século XX. 

“Conheceram as suas tragédias, mas não foram vencidos por elas. Mais forte, neles, era Deus; mais forte era a fé em Jesus Cristo, Redentor do homem e Senhor da história; mais forte, neles, era a misericórdia de Deus que se manifesta nestas cinco chagas; mais forte era a proximidade materna de Maria.” 

Nestes dois homens contemplativos das chagas de Cristo e testemunhas da sua misericórdia, habitava «uma esperança viva», juntamente com «uma alegria indescritível e irradiante» (1 Ped 1, 3.8). 

“A esperança e a alegria que Cristo ressuscitado dá aos seus discípulos, e de que nada e ninguém os pode privar. A esperança e a alegria pascais, passadas pelo crisol do despojamento, do aniquilamento, da proximidade aos pecadores levada até ao extremo, até à náusea pela amargura daquele cálice. Estas são a esperança e a alegria que os dois santos Papas receberam como dom do Senhor ressuscitado, tendo-as, por sua vez, doado em abundância ao Povo de Deus, recebendo sua eterna gratidão.” 

“Esta esperança e esta alegria respiravam-se na primeira comunidade dos crentes, em Jerusalém, de que nos falam os Actos dos Apóstolos na primeira leitura. É uma comunidade onde se vive o essencial do Evangelho, isto é, o amor, a misericórdia, com simplicidade e fraternidade. 
E esta é a imagem de Igreja que o Concílio Vaticano II teve diante de si.” 

“João XXIII e João Paulo II colaboraram com o Espírito Santo para restabelecer e actualizar a Igreja segundo a sua fisionomia originária, a fisionomia que lhe deram os santos ao longo dos séculos” – prosseguiu Papa Francisco, sublinhando que “são precisamente os santos que levam avante e fazem crescer a Igreja.” A docilidade ao Espírito foi “o grande serviço” do Papa João XXIII à Igreja 

“Na convocação do Concílio, João XXIII demonstrou uma delicada docilidade ao Espírito Santo, deixou-se conduzir e foi para a Igreja um pastor, um guia-guiado, guiado pelo Espírito. 
Este foi o seu grande serviço à Igreja; foi o Papa da docilidade ao Espírito Santo.” 

Por sua vez, neste serviço ao Povo de Deus, João Paulo II foi o Papa da família. 

“João Paulo II foi o Papa da família. Ele mesmo disse uma vez que assim gostaria de ser lembrado: como o Papa da família. Apraz-me sublinhá-lo no momento em que estamos a viver um caminho sinodal sobre a família e com as famílias, um caminho que ele seguramente acompanha e sustenta do Céu” 

E o Papa Francisco concluiu a homilia fazendo votos de “que estes dois novos santos Pastores do Povo de Deus intercedam pela Igreja para que, durante estes dois anos de caminho sinodal, seja dócil ao Espírito Santo no serviço pastoral à família. Que ambos nos ensinem a não nos escandalizarmos das chagas de Cristo, a penetrarmos no mistério da misericórdia divina que sempre espera, sempre perdoa, porque sempre ama.” 




A concluir a celebração, “esta festa da fé” (disse), antes da recitação da antífona mariana do Tempo Pascal, o Papa Francisco saudou e agradeceu todos os “irmãos Cardeais e os numerosíssimos Bispos e padres de todas as partes do mundo”. Um reconhecimento especial dedicou-o às Delegações oficiais de tantos países, vindas a Roma “para prestar homenagem (afirmou o Papa) a dois Pontífices que contribuíram de maneira indelével para a causa do desenvolvimento dos povos e da paz”.
Saudados também expressamente os peregrinos das dioceses de Bérgamo e de Cracóvia, terras de origem dos dois novos santos.
Agradecimentos foram expressos às autoridades italianas e da cidade de Roma, pela “preciosa colaboração” prestada à organização deste evento que terá trazido à Cidade Eterna umas 800 mil pessoas, assim como a tantas organizações e associações que deram o próprio contributo e os tantos voluntários.


Fonte: Rádio Vaticano

Evangelho: Jesus e Nicodemos


Jesus e Nicodemos 

Jo 3,1-8

Havia alguém dentre os fariseus, chamado Nicodemos, um dos chefes dos judeus. À noite, ele foi se encontrar com Jesus e lhe disse: “Rabi, sabemos que vieste como mestre da parte de Deus, pois ninguém é capaz de fazer os sinais que tu fazes, se Deus não está com ele”. Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, te digo: se alguém não nascer do alto, não poderá ver o Reino de Deus!” [...].

COMENTÁRIOS

Diálogo catequético-batismal
O texto do evangelho de hoje é o início de um longo diálogo de Jesus com Nicodemos, diálogo que poderíamos caracterizar como catequético-batismal. Nicodemos é fariseu e vê Jesus simplesmente como Mestre, como um homem de Deus. Ele partilha com os do seu grupo a dependência dos sinais para chegar à fé. Para os fariseus “sinal” é uma obra extraordinária, sobrenatural, espetacular, a exemplo do que satanás sugeria a Jesus ao propor que ele saltasse do pináculo do Templo (Mt 4,5-7; Lc 4,9-12). Nicodemos, que gozava de prestígio entre os fariseus (v. 1), vai procurar Jesus à noite por medo do juízo dos seus pares ou, então, porque o seu modo de viver a religião não realiza as obras de Deus (cf. Jo 9,4). Jesus propõe a Nicodemos uma mudança radical: nascer de novo (v. 3.7), isto é, “nascer da água e do Espírito” (v. 5). Nicodemos não compreende, pois está ligado ao que é puramente terrestre, e discorre no plano da razão humana. É ao Batismo que Jesus se refere. Pelo Batismo se nasce para a luz, para o alto, para o que é propriamente de Deus. O Batismo gera a fé em Cristo, enviado do Pai para dar vida ao mundo.

Carlos Albero Contieri, sj

São Pedro Chanel - 28 de Abril


Pedro nasceu no dia 12 de julho de 1803, na pequena Cuet, França. Levado pelas mãos do zeloso pároco, iniciou os estudos no seminário local e, em 1824, foi para o de Bourg, onde três anos depois se ordenou sacerdote.

Desde jovem, queria ser missionário evangelizador, mas primeiro teve de trabalhar como pároco de Amberieu e Gex, pois havia carência de padres em sua pátria. Juntou-se a outros padres que tinham a mesma vocação e trabalhavam sob uma nova congregação, a dos maristas, dos quais foi um dos primeiros membros, e logo conseguiu embarcar para a Oceania, em 1827, na companhia de um irmão leigo, Nicézio.

Foi um trabalho lento e paciente. Os costumes eram muito diferentes, a cultura tão antagônica à do Ocidente, que primeiro ele teve de entender o povo para depois pregar a palavra de Cristo. Porém, assim que iniciou a evangelização, muitos jovens passaram a procurá-lo. O trabalho foi se expandindo e, logo, grande parte da população havia se convertido.

Ao perceber que vários membros de sua família haviam aderido ao cristianismo, Musumuso, o genro do cacique, matou Pedro Chanel a bordoadas de tacape. Era o dia 28 de abril de 1841.

Foi o fim da vida terrestre para o marista, entretanto a semente que plantara, Musumuso não poderia matar. Quando o missionário Pedro Chanel desembarcou na minúscula ilha de Futuna, um fragmento das ilhas Fiji entre o Equador e o Trópico de Capricórnio, não se pode dizer que o lugar fosse um paraíso.

A pequena ilha é dividida em duas por uma montanha central, e cada lado era habitado por uma tribo, que vivia em guerra permanente, uma contra a outra. Hoje o local é, sim, um paraíso para os milhares de turistas que a visitam anualmente e para a população, que é totalmente católica e vive na paz no Senhor.

E se hoje é assim, muito se deve à semente plantada pelo trabalho de Pedro Chanel, que por esse ideal deu seu testemunho de fé. O novo mártir cristão foi beatificado em 1889 e inscrito no Martirológio Romano em 1954, sendo declarado padroeiro da Oceania.


Fonte: Paulinas

domingo, 27 de abril de 2014

2º Domingo da Páscoa (Divina Misericórdia) - Ano A - 27/04/14


Livro dos Actos dos Apóstolos 2,42-47. 

Os irmãos eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações. 
Perante os inumeráveis prodígios e milagres realizados pelos Apóstolos, o temor dominava todos os espíritos. 
Todos os crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum. 
Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um. 
Como se tivessem uma só alma, frequentavam diariamente o templo, partiam o pão em suas casas e tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração. 
Louvavam a Deus e tinham a simpatia de todo o povo. E o Senhor aumentava, todos os dias, o número dos que tinham entrado no caminho da salvação. 


Livro de Salmos 118(117),2-4.13-15.22-24. 


Diga a casa de Israel: 
é eterna a sua misericórdia. 
Diga a casa de Aarão: 
é eterna a sua misericórdia. 
Digam os que temem o Senhor: 
é eterna a sua misericórdia. 

Empurraram-me com violência para eu cair, 
mas o Senhor veio em meu auxílio. 
O Senhor é a minha fortaleza e o meu cantar, 
é a minha salvação. 
Ressoam vozes de alegria e de vitória 
nas tendas dos justos. 

A pedra que os construtores rejeitaram, 
tornou-se pedra angular. 
Isto se fez por obra do Senhor, 
e é um prodígio dos nossos olhos. 
O Senhor actuou neste dia 
cantemos e alegremo-nos n'Ele. 



1ª Carta de S. Pedro 1,3-9. 


Bendito seja Deus, Pai do Nosso Senhor Jesus Cristo, que na sua grande misericórdia nos gerou de novo através da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma esperança viva,
para uma herança incorruptível, imaculada e indefectível, reservada no Céu para vós,
a quem o poder de Deus guarda, pela fé, até alcançardes a salvação que está pronta para se manifestar no momento final.
É por isso que exultais de alegria, se bem que, por algum tempo, tenhais de andar aflitos por diversas provações;
deste modo, a qualidade genuína da vossa fé – muito mais preciosa do que o ouro perecível, por certo também provado pelo fogo – será achada digna de louvor, de glória e de honra, na altura da manifestação de Jesus Cristo.
Sem o terdes visto, vós o amais; sem o ver ainda, credes nele e vos alegrais com uma alegria indescritível e irradiante,
alcançando assim a meta da vossa fé: a salvação das almas.


Evangelho segundo S. João 20,19-31. 


Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, com medo das autoridades judaicas, veio Jesus, pôs-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco!» 
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o peito. Os discípulos encheram-se de alegria por verem o Senhor. 
E Ele voltou a dizer-lhes: «A paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós.» 
Em seguida, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo. 
Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos.» 
Tomé, um dos Doze, a quem chamavam o Gémeo, não estava com eles quando Jesus veio. 
Diziam-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor!» Mas ele respondeu-lhes: «Se eu não vir o sinal dos pregos nas suas mãos e não meter o meu dedo nesse sinal dos pregos e a minha mão no seu peito, não acredito.» 
Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez dentro de casa e Tomé com eles. Estando as portas fechadas, Jesus veio, pôs-se no meio deles e disse: «A paz seja convosco!» 
Depois, disse a Tomé: «Olha as minhas mãos: chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e põe-na no meu peito. E não sejas incrédulo, mas fiel.» 
Tomé respondeu-lhe: «Meu Senhor e meu Deus!» 
Disse-lhe Jesus: «Porque me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto». 
Muitos outros sinais miraculosos realizou ainda Jesus, na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. 
Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e, acreditando, terdes a vida nele. 


COMENTÁRIOS

O dinamismo da fé
Para bem compreender o texto do evangelho nessa oitava da Páscoa, pode nos ajudar responder a uma dupla questão: Como se chega à fé na ressurreição do Cristo nosso Senhor? Como se chega à fé de que Cristo ressuscitou dos mortos e está vivo no meio de sua Comunidade? Nosso texto apresenta duas etapas com um intervalo de oito dias. Na primeira etapa, Tomé não estava, na segunda ele estava reunido com os outros discípulos. É no primeiro dia da semana que os discípulos se encontram reunidos. É como se fosse o primeiro dia da criação em que a luz foi feita (Gn 1,3). Efetivamente, a ressurreição do Senhor é luz que anuncia uma nova criação em Cristo. No lugar em que os discípulos estavam reunidos, as portas estavam aferrolhadas por medo dos judeus. Essa observação seguida da notícia de que Jesus se colocou no meio deles é importante para compreender que a presença do Senhor não exige mais ser reconhecida como um corpo carnal. O seu corpo é glorioso e sua presença prescinde da visibilidade. O que ele comunica é a paz, sinal e dom de sua presença. É nesse primeiro dia da semana que o Espírito é dado como sopro do Senhor para a missão e a reconciliação. A ausência de Tomé (v. 24) é importante para o propósito do texto. Ele se recusa a crer no que os outros discípulos anunciavam: “Vimos o Senhor”. Passados oito dias, estando Tomé com os demais discípulos, no mesmo lugar da reunião, Jesus se faz presente e é sentido e reconhecido com o sinal de sua presença: a paz. O diálogo de Jesus com Tomé permite ao leitor compreender que se chega à fé no Cristo Ressuscitado e na sua gloriosa ressurreição através do testemunho da Comunidade. Não há acesso imediato à ressurreição de Jesus Cristo, mas somente mediato, isto é, através do testemunho. É a recepção desse testemunho que permite experimentar na própria vida os efeitos da Ressurreição do Senhor. Mas Tomé não é no relato o homem da dúvida somente e que busca crer por si mesmo, ou que julga que só é digno de fé o que pode ser tocado ou demonstrado. Ele é o homem de fé, transformado pelo Senhor, capaz de reconhecer o dinamismo próprio pelo qual se chega à fé.

Carlos Alberto Contieri, sj

Santa Zita - 27 de Abril


Zita foi empregada doméstica durante trinta anos em Luca, na Itália. Hoje em dia, as comunidades de baixa renda sofrem grande injustiça social, principalmente quando trabalham em serviços domésticos, como ela, mas no século XIII as coisas eram bem piores.

Zita nasceu em 1218, no povoado de Monsagrati, próximo a Luca, e, como tantas outras meninas, ela foi colocada para trabalhar em casa de nobres ricos. Era a única forma de uma moça não se tornar um peso para a família, pobre e numerosa. Ela não ganharia salário, trabalharia praticamente como uma escrava, mas teria comida, roupa e, quem sabe, até um dote para conseguir um bom casamento, se a família que lhe desse acolhida se afeiçoasse a ela e tivesse interesse em vê-la casada.

Zita tinha apenas doze anos quando isso aconteceu. E a família para quem foi servir não costumava tratar bem seus criados. Ela sofreu muito, principalmente nos primeiros tempos. Era maltratada pelos patrões e pelos demais empregados. Porém agüentou tudo com humildade e fé, rezando muito e praticando muita caridade. Aliás, foi o que tornou Zita famosa entre os pobres: a caridade cristã. Tudo que ganhava dos patrões, um pouco de dinheiro, alimentos extras e roupas, dava aos necessitados. A conseqüência disso foi que, em pouco tempo, Zita dirigia a casa e comandava toda a criadagem. Conquistou a simpatia e a confiança dos patrões e a inveja de outros criados.

Certa vez, Zita foi acusada de estar dando pertences da despensa da casa para os mendigos, por uma das criadas que invejavam sua posição junto aos donos da mansão. Talvez não fosse verdade, mas dificilmente a moça poderia provar isso aos patrões. Assim, quando o patriarca da casa perguntou o que levava escondido no avental, ela respondeu: "são flores", e soltando o avental uma chuva delas cobriu os seus pés. Esta é uma de suas tradições mais antigas citadas pelos seus fervorosos devotos.

A sua vida foi uma obra de dedicação total aos pobres e doentes que durou até sua morte, no dia 27 de abril de 1278. Todavia, sua interferência a favor deles não terminou nesse dia. O seu túmulo, na basílica de São Frediano, conserva até hoje o seu corpo, que repousa intacto, como foi constatado na sua última exumação, em 1652, e se tornou um lugar de graças e de muitos milagres comprovados e aceitos. Acontecimentos que serviram para confirmar sua canonização em 1696, pelo papa Inocêncio XII.

Apesar da condição social humilde e desrespeitada, a vida de santa Zita marcou de tal forma a história da cidade que ela foi elevada à condição de sua padroeira. E foi uma vida tão exemplar que até Dante Alighieria a cita na Divina Comédia. O papa Pio XII proclamou-a padroeira das empregadas domésticas.


Fonte: Paulinas

sábado, 26 de abril de 2014

Evangelho: Presença e envio


Presença e envio 

Mc 16,9-15

Ressuscitado na madrugada do primeiro dia depois do sábado, Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena, de quem tinha expulsado sete demônios. Ela foi anunciar o fato aos seguidores de Jesus, que estavam de luto e choravam. Quando ouviram que ele estava vivo e tinha sido visto por ela, não acreditaram. [...] Por fim, Jesus apareceu aos onze discípulos. Ele os criticou pela falta de fé e pela dureza de coração, porque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado. E disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura!”

COMENTÁRIOS

Resistência que se opõe à fé.
É comum, hoje, entre os comentaristas de Marcos, que 16,9-20 é um acréscimo posterior. Originalmente, o evangelho de Marcos terminava no v. 8 do mesmo capítulo 16. O trecho que nos ocupa e a sua sequência (vv. 16-20) foi composto a partir de outros textos do Novo Testamento. Como o evangelho de Marcos não possui relatos das aparições do Ressuscitado, o autor anônimo da inserção quis, apoiando-se em textos dos outros evangelhos e dos Atos dos Apóstolos, fazer um resumo das aparições do Senhor, com a missão dada aos Onze e a ascensão. O tema dominante é a falta de fé (vv. 11.13.14). A mediação da fé é o testemunho. Não creram no testemunho de Maria Madalena, nem no testemunho dos dois discípulos anônimos, uma possível menção ao relato dos discípulos de Emaús de Lucas (24,13-35). Assim como criticava os seus discípulos durante a sua vida terrestre (cf. 5,40), o Ressuscitado critica os Onze por causa de sua falta de fé. A dureza do coração, aqui, é a resistência que se opõe à fé e que impede de aceitar o testemunho como mediação da própria fé.

Carlos Alberto Contieri, sj

Santo Anacleto - 26 de Abril


Eis uma curiosidade com relação ao santo venerado nesta data: seus dados biográficos se embaralharam ao serem transcritos século após século.

Papa Anacleto teve sua vida contada como se ele "fosse dois": papa Anacleto e papa Cleto, comemorados em datas diferentes, 26 de abril e 13 de julho.

O engano, que passou também pelo cuidadoso Barônio, parece ter sido de um copista, que teria visto abreviado em alguma lista dos papas o nome de Anacleto por Cleto e julgou que deveria colocar novamente o nome apagado de Anacleto sem excluir a abreviação. Após a revisão dos anos 1960, como conseqüência dos estudos de Duchesne, verificou-se que se tratavam da mesma pessoa e a data de julho foi eliminada.

Ele foi o segundo sucessor de são Pedro e foi o terceiro papa da Igreja de Roma, governou entre os anos 76 e 88. Anacleto nasceu em Roma e, durante o seu pontificado, o imperador Domiciano desencadeou a segunda perseguição contra os cristãos.

Ele mandou construir uma memória, isto é, um pequeno templo na tumba de São Pedro. Morreu mártir no ano 88 e foi sepultado ao lado de são Pedro.


Fonte: Paulinas

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Papa Francisco: S. José de Anchieta não teve medo da alegria que nasce do encontro com Jesus


O Papa Francisco celebrou no final da tarde desta quinta-feira, na Igreja de Santo Inácio de Loyola, no centro de Roma, uma Missa de Ação de Graças pela Canonização do P. José de Anchieta. O decreto que elevou este jesuíta a santo foi assinado pelo Santo Padre no passado dia 3 de abril. Humildade, testemunho de uma fé inabalável em Deus, esperança e caridade são as virtudes que fizeram de Anchieta um santo. Nascido em 1534 em Tenerife, Espanha, ficou para a história, nos 44 anos que viveu nas Terras de Vera Cruz, como o Apóstolo do Brasil. 

Com uma significativa presença de fiéis e religiosos brasileiros residentes em Roma, a celebração teve a participação também de autoridades civis e da Igreja no Brasil. A alegria do encontro com Cristo Ressuscitado foi o conceito-chave desenvolvido pelo Papa Francisco na sua homilia. Uma alegria da qual se pode ter medo como aconteceu com os discípulos de Emaús e pode acontecer também a nós quando sentimos a tentação de refugiarmo-nos na atitude de ‘não exagerar’:


“É mais fácil crer num fantasma do que em Cristo vivo.” 


É mais fácil ir tem com alguém que te prediz o futuro do que ter confiança na esperança de um Cristo vencedor, de um Cristo que venceu a morte! – sublinhou o Papa – é mais fácil uma ideia do que a docilidade deste Senhor.
A Leitura dos Atos dos Apóstolos fala de um paralítico – continuou o Santo Padre – trata-se de um homem que passou a vida à porta do Templo a pedir esmola mas que, quando foi curado, louva Deus e a sua alegria é contagiosa. A alegria do encontro com Jesus Cristo, aquela que nos faz medo aceitar, é contagiosa e grita o anúncio: e alí cresce a Igreja – afirmou o Papa Francisco.


“A Igreja não cresce por proselitismo mas por atração. Sem esta alegria não se pode fundar uma Igreja! Não se pode fundar uma comunidade cristã!”


Neste momento da sua homilia o Santo Padre evocou S. José de Anchieta dizendo que o Apóstolo do Brasil soube comunicar aquilo que tinha experimentado com o Senhor, aquilo que tinha visto e ouvido d'Ele; e essa foi e é a sua santidade. A santidade de um rapaz de 19 anos:


“Era tal a alegria que tinha que fundou uma nação pôs os fundamentos culturais de uma nação em Jesus Cristo.”
“Não tinha estudado teologia, não tinha estudado filosofia, era um rapaz.”
“Tinha sentido o olhar de Jesus Cristo e deixou-se encher de alegria e escolheu a luz.”
“Esta foi e é a sua santidade. Não teve medo da alegria.”


S. José de Anchieta tem um hino belíssimo dedicado à Virgem Maria, a quem, inspirando-se no cântico de Isaías 52, compara com o mensageiro que proclama a paz, que anuncia a alegria da Boa Notícia – sublinhou ainda o Santo Padre. 


Que Ela, que naquele alvorecer do domingo não teve medo da alegria, nos acompanhe no nosso peregrinar, convidando todos a levantarem-se, para entrar juntos na paz e na alegria que Jesus, o Senhor Ressuscitado, nos oferece – concluiu o Papa Francisco. 


Fonte: Rádio Vaticano

Evangelho: É o Senhor!


É o Senhor! 

Jo 21,1-14

Depois disso, Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. [...] “É o Senhor!” [...] Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”. [...] Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu a eles. E fez a mesma coisa com o peixe. Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.

COMENTÁRIOS

A presença do Ressuscitado só é percebida pela fé

Trata-se da terceira aparição de Jesus ressuscitado aos seus discípulos (Jo 20,19-25.26-29). O mar de Tiberíades está repleto de recordações de Jesus: o chamado dos primeiros discípulos, tantos ensinamentos, a tempestade acalmada, a casa de Simão e de André, onde Jesus costumava ficar. Nesse lugar de tantos encontros, é que os discípulos, retomando a vida depois da morte de Jesus, encontram-se com o Senhor, agora, ressuscitado. A presença do Senhor ressuscitado é de outra natureza, bem diferente da que os discípulos estavam acostumados, quando do tempo da vida terrestre de Jesus. Trata-se de um modo de presença que se faz sentir sem deixar marcas na areia. Com e como a luz do dia aparece o Senhor. Os discípulos, no entanto, diz o nosso texto, não sabiam que era Jesus. Essa observação nos sugere que a presença do Cristo ressuscitado é bem outra que a física; ela só é percebida pela fé. Ante a palavra eficaz do Senhor (v. 6), o discípulo amado, símbolo do homem de fé, capaz de ler os acontecimentos à luz da fé, poderá proclamar: “É o Senhor!”.

Carlos Alberto Contieri, sj

São Marcos - 25 de Abril


O evangelho de são Marcos é o mais curto se comparado aos demais, mas traz uma visão toda especial, de quem conviveu e acompanhou a paixão de Jesus quando era ainda criança.

Ele pregou quando seus apóstolos se espalhavam pelo mundo, transmitindo para o papel, principalmente, as pregações de são Pedro, embora tenha sido também assistente de são Paulo e são Barnabé, de quem era sobrinho.

Marcos, ou João Marcos, era judeu, da tribo de Levi, filho de Maria de Jerusalém, e, segundo os historiadores, teria sido batizado pelo próprio são Pedro, fazendo parte de uma das primeiras famílias cristãs de Jerusalém. Ainda menino, viu sua casa tornar-se um ponto de encontro e reunião dos apóstolos e cristãos primitivos. Foi na sua casa, aliás, que Cristo celebrou a última ceia, quando instituiu a eucaristia, e foi nela, também, que os apóstolos receberam a visita do Espírito Santo, após a ressurreição.

Mais tarde, Marcos acompanhou são Pedro a Roma, quando o jovem começou, então, a preparar o segundo evangelho. Nessa piedosa cidade, prestou serviço também a são Paulo, em sua primeira prisão. Tanto que, quando foi preso pela segunda vez, Paulo escreveu a Timóteo e pediu que este trouxesse seu colaborador, no caso, Marcos, a Roma, para ajudá-lo no apostolado.

Ele escreveu o Evangelho a pedido dos fiéis romanos e segundo os ensinamentos que possuía de são Pedro, em pessoa. O qual, além de aprová-lo, ordenou sua leitura nas igrejas.

Seu relato começa pela missão de João Batista, cuja "voz clama no deserto". Daí ser representado com um leão aos seus pés, porque o leão, um dos animais símbolos da visão do profeta Ezequiel, faz estremecer o deserto com seus rugidos.

Levando seu Evangelho, partiu para sua missão apostólica. Diz a tradição que são Marcos, depois da morte de são Pedro e são Paulo, ainda viajou para pregar no Chipre, na Ásia Menor e no Egito, especialmente na Alexandria, onde fundou uma das igrejas que mais floresceram.

Ainda segundo a tradição, ele foi martirizado no dia da Páscoa, enquanto celebrava o santo sacrifício da missa. Mais tarde, as suas relíquias foram trasladadas pelos mercadores italianos para Veneza, cidade que é sua guardiã e que tomou são Marcos como padroeiro desde o ano 828.


Fonte: Paulinas

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Bakhita, A Santa - Parte 2 será exibida no próximo sábado


Próximo sábado(26) será exibida a parte 2 de "Bakhita, A Santa" no Cineclube Pascom Bonsucesso de Inhaúma. A primeira parte foi exibida na sessão do mês passado e emocionou a todos.

A sessão começa às 18h e será na Irmandade de N.Sra.do Bonsucesso de Inhaúma, que fica ao lado da paróquia. A entrada é GRATUITA e no final da sessão teremos o sorteio de alguns brindes.

Venha e traga sua família, pois a classificação É LIVRE e a história dessa santa é um verdadeiro testemunho para nós católicos.

PÁSCOA E VIDA CRISTÃ - CARDEAL TEMPESTA

   Vivemos tempos especiais, em que grandes momentos de evangelização acontecem ao mesmo tempo, e grandes desafios nos são lançados.

Nessa semana que finda, o Papa Francisco celebrou a missa de ação de graças pela canonização do “Apóstolo do Brasil”, José de Anchieta. Além de sua influência na história de nosso país e também da cidade do Rio de Janeiro, ele foi um jovem cristão que soube enfrentar desafios e anunciar o evangelho em condições as mais diversas no início da presença portuguesa em nosso país.

    No final desta semana iremos celebrar o Domingo da Misericórdia quando, em Roma, o Papa Francisco irá canonizar os Papas João XXIII e João Paulo II. Homens de Deus, nossos contemporâneos que são exemplos de vida cristã para nós. São sinais colocados em nossos horizontes para que encontremos também nós o caminho da santidade.

         A oitava da Páscoa nos faz refletir sobre os acontecimentos da Semana Santa, a bela participação do povo de Deus em massa em todas as celebrações, e os desafios de nossa presença em situações extremas dessa grande cidade cheia de desafios.

     Em nossa Arquidiocese, tivemos a páscoa eterna de um sacerdote relativamente jovem que tanto serviu ao povo de Deus. Celebramos solenemente São Jorge com um grande afluxo de devotos. Também, como todos viram pelos noticiários, tivemos os acontecimentos que envolveram a nossa Catedral no grito por melhores condições de moradia. Mesmo sabendo que o horizonte é muito mais vasto, os grupos e comunidades de nossa Arquidiocese que trabalham nessa área deram toda assistência e encaminhamentos cristãos. Os trabalhos sociais são grandes em todos os níveis, tanto na assistência, como na promoção e na reinvindicação. Temos a maior rede de assistência social quando incluímos, além da arquidiocese, também as congregações religiosas, novas comunidades, irmandades, entidades ligadas a católicos, e tantos outros trabalhos históricos, desde Anchieta.

Tive a oportunidade de celebrar o Tríduo Pascal em algumas comunidades, levando a todos a certeza de que a vida venceu a morte! O encontro com o povo nessas comunidades sempre é muito carinhoso, ao mesmo tempo em que nos compromete com suas causas e sonhos.

       Somos chamados a viver testemunhando o Cristo Ressuscitado. Somos chamados a viver a missionariedade como sal da terra e luz do mundo.

         Celebramos a vida, morte e ressurreição de Jesus – o mistério pascal. Celebramos o centro da nossa fé. O Filho de Deus, o Verbo Eterno que se fez homem, veio nos trazer a vida.  A Sua presença sempre incomodou, incomoda e incomodará porque nos ensina a estar no mundo sem ser do mundo. Jesus vai dar a sua vida, vai se entregar e vencer a morte com a sua morte-ressureição, que nos dá a certeza de que, por mais que o mundo rejeite Jesus Cristo, sempre a vida e a ressurreição triunfam.

         A Igreja vive em meio a dificuldades e perseguições, vive na diversidade de situações, pois nós trazemos em vaso de barro uma Palavra que é de uma riqueza imensa – Deus amou o mundo mandando o seu Filho Jesus para nos salvar.

         Estar no mundo sem ser do mundo, procurar viver a caridade sem ser uma ONG, e sim cristãos comprometidos com Cristo e com os irmãos. São desafios antigos e novos sempre presentes.

         Celebramos a Páscoa com alegria e continuamos a fazê-lo por oito dias solenemente, e, depois, até Pentecostes como um tempo especial de festa e anúncio alegre. A liturgia nos atualiza no sentido de que temos Jesus, esse Jesus que incomodou, que queriam eliminá-Lo e que Ressuscitou. A nossa vida não é diferente: estamos no mundo, no trabalho, no estudo, na realidade cultural, porém, nós trazemos uma Palavra que é vida e salvação. O Evangelho nos ensina como viver como cristãos hoje: renovação das promessas batismais, para sermos sinais de que em Jesus Cristo se encontra a verdadeira vida, testemunhamo-lo, proclamamo-Lo. Em qualquer situação somos chamados a ser testemunhas Daquele que é vida, para poder ser sinal de Jesus Cristo na sociedade.

Proclamemos o Evangelho com a palavra, o testemunho ao estar no meio do mundo, anunciando o mundo novo que é Cristo.

No âmbito do Ano da Caridade da nossa Arquidiocese, devemos lembrar que a primeira maneira de viver a caridade é ser caridoso com o próximo. E amar o próximo requerer uma conversão profunda, deixar de lado as amarras do pecado e viver a luz do mundo, que é o Cristo Ressuscitado! A Igreja se compromete com o outro não só com as suas preocupações materiais, mas principalmente com o sentido último de sua vida e o valor de sua própria pessoa enquanto filho de Deus, que no fundo é viver como cristãos.

       Na Vigília Pascal renovamos as promessas batismais. Fomos preparados pela Quaresma seja como tempo de penitência, seja com as reflexões litúrgicas, em especial com o tema da água, da luz, da ressurreição. Eis que chegamos ao cume do ano litúrgico e a Igreja nos conduz a reavivar esse grande dom de Deus em nossas vidas: o nosso Batismo, o ser cristão.

       Ao falar sobre a água, recordemos o diálogo com a Samaritana. Jesus iniciou o seu diálogo com ela mesmo que os seus discípulos ficassem estupefatos. Ele disse à estrangeira: "Dá-me de beber” (cf. Jo 4,7). Aqui fica um questionamento importante: por que eu vivo, qual a razão de minha vida, da verdadeira vida?

    Devemos viver a nossa vida iluminados por Cristo. A Samaritana, pela sua vida, pelo seu comportamento imoral, sai mostrando aos outros que o Messias que ela encontrou chamou-a a viver uma vida completamente nova. Apontar o pecado dos irmãos deve ser para que o pecador saia do pecado e procure viver uma vida nova, iluminado completamente por Cristo.

   Quem encontra Cristo, a água viva, vive uma vida nova e testemunha Jesus. Por isso, outros vêm ver Jesus pelo testemunho da Samaritana, uma estrangeira, uma pecadora pública. A Palavra viva é decisiva para que toda pessoa que tenha sede da Palavra de Deus possa viver e encontrar os caminhos de uma vida iluminada.

     Nosso Senhor Jesus Cristo nos dá uma nova vida que renova, que transforma, que tira água viva da Pedra e que sempre dá a possibilidade de um recomeço. Tantos são os corações petrificados que se transformam em água viva pela graça de Deus. Devemos, pois, enxergar o chamado da conversão, somos testemunhas de Jesus Cristo na sociedade.

      Somos convidados a ser pessoas que encontraram razões para se encontrar com Jesus Cristo.

   Somos chamados a ser luzeiros da esperança, de vida nova, iluminando o ambiente de trabalho, os vizinhos, os amigos como alguém que encontrou a vida nova, como autênticos discípulos-missionários.

      No final do episódio da Samaritana está o resultado de quem é iluminado por Cristo: "Já não cremos por causa das tuas palavras, pois nós mesmos ouvimos e sabemos que este é verdadeiramente o salvador do mundo” (cf. Jo 4,42). Essa maturidade de quem se encontra com o Senhor: vimos e ouvimos que este é o Filho de Deus, fazendo a experiência do Senhor que nos chamou, e nós encontramos a verdadeira vida em Jesus Cristo.

     Agora, depois de renovarmos as promessas do nosso Batismo, somos chamados à santidade e a testemunhar o Redentor no mundo, amadurecendo nosso itinerário de fé, nossa caminhada pastoral, e encontrar Jesus Cristo Ressuscitado.

  A pedra do sepulcro que foi removida, o túmulo vazio, os encontros com o Ressuscitado nos sejam atualizados em nossas vidas, hoje, para sermos como os primeiros discípulos: testemunhas da Ressurreição! Assim como São Jorge, Anchieta, João XXIII, João Paulo II e tantos outros, estejamos no mundo vivendo o nosso Batismo, sendo sal e luz proclamando a vida de Cristo nessa sociedade tão injusta e carente. O horizonte é vasto. A missão é enorme! Estejamos unidos nesse belo e importante trabalho para o bem e salvação das pessoas. Continuemos a viver com alegria o tempo pascal, e que, um dia, cheguemos juntos à Páscoa eterna.
                     

† Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ