sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Canonização de João Paulo II pode estar próxima

Raquel Araujo





Nesta quinta-feira, 10 de janeiro, o Prefeito Emérito da Congregação dos Bispos, Cardeal Giovanni Battista Re, admitiu que João Paulo II poderá ser canonizado em breve. A afirmação foi feita por ocasião da apresentação do espetáculo “O Papa e o Poeta”.
Segundo o Cardeal, a canonização de João Paulo II será “se não neste ano, no ano próximo" e deu alguns detalhes sobre os próximos passos:

— A ele foram atribuídos diversos milagres; porém, não me parece que tenha sido escolhido aquele que será submetido à comissão médica. (...) Ainda estavam sendo estudados três ou quatro casos, para se avaliar qual deles poderia se inserir melhor nos rígidos critérios usados pelo organismo científico responsável pela avaliação dos casos, disse.

Cardeal Battista acrescentou que, após essa etapa, o caso escolhido será examinado por bispos e cardeais para que, finalmente, tenha a aprovação definitiva do Papa.


27 anos de pontificado

O pontificado de João Paulo II foi singular desde o início: um Papa polonês que chegou ao trono de Pedro após 455 anos de pontífices italianos. Seu caminho não foi fácil: uma vez eleito, enfrentou crise no catolicismo, mergulhado em um Ocidente secularizado, e soube, com a força da fé, enfrentar os desafios.

Mesmo os que não compartilham a fé católica perceberam nele um ideal nobre e também que ele se interessava não só pela religião, mas por todas as questões relativas à dignidade do ser humano.

João Paulo II foi um marco na história da Igreja e do mundo, não só pelos quase 27 anos de pontificado, mas pela sua santidade, cultura e amor ao ser humano.

Em seu primeiro discurso como Papa, pediu ao mundo: “Abri as portas a Jesus Cristo”, e fez disso o lema de seu pontificado.

Sua vida foi um testemunho de santidade, pela grande fé, amor à Eucaristia, devoção filial a Maria e pela prática do perdão incondicional. A Palavra de Deus foi por ele intensamente vivida e anunciada aos mais diferentes povos.

A espiritualidade da cruz o acompanhou na experiência da orfandade e da pobreza, nas atrocidades da guerra e do regime comunista, mas principalmente no atentado sofrido na Praça de São Pedro. De maneira serena e edificante, suportou as incompreensões e oposições, as limitações da idade avançada e da doença.

Pediu várias vezes perdão pelas falhas históricas dos filhos da Igreja. Ele mesmo foi ao encontro do seu agressor, na prisão, oferecendo-lhe o perdão. Pela encíclica Dives in Misericórdia e na instituição do “Domingo da Divina Misericórdia”, manifestou seu compromisso com a reconciliação da humanidade.

Numerosas viagens apostólicas marcaram seu pontificado e incentivaram, na Igreja, o ardor missionário e o diálogo com as culturas. Ele também valorizou os meios de comunicação social a serviço do Evangelho. A todos cativou pelo seu afeto e sensibilidade humana.


Fonte: Portal da Arquidiocese do Rio de Janeiro