segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

“A preocupação da CF não é só da Igreja, é do mundo”


As cerca de duas mil pessoas que participaram do anúncio arquidiocesano da Campanha da Fraternidade (CF) 2011, na manhã deste sábado, 19 de fevereiro, na Catedral de São Sebastião, puderam ouvir e partilhar a preocupação com as questões ambientais propostas pelo tema da CF “Fraternidade e a Vida no Planeta”, que acompanha um momento de conscientização global.

O lema que move e que vai orientar toda essa reflexão é o versículo da Carta de São Paulo aos Romanos: “A criação geme em dores de parto” (8, 22).

O encontro foi aberto com a Celebração Eucarística, presidida pelo arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta e concelebrada pelo vigário episcopal para a Caridade Social e presidente da Cáritas arquidiocesana, padre Manuel de Oliveira Manangão, pelo pároco da Catedral, Monsenhor Aroldo Ribeiro e demais sacerdotes presentes.

Logo após a Santa Missa, padre Josafá Carlos Siqueira, reitor da PUC-Rio, falou sobre os principais tópicos abordados pelo texto-base da Campanha. Para encerrar o encontro, padre Manangão orientou sobre os trabalhos a serem promovidos neste período e sobre a necessidade dos presentes se tornarem multiplicadores dessa conscientização e de ações concretas nas comunidades, como coleta seletiva e educação ambiental, entre outras.

O vigário lembrou que a Comissão Arquidiocesana da Campanha da Fraternidade está à disposição para ajudar no desenvolvimento de projetos e que todos são missionários nesse anúncio, não só na Quaresma, mas durante todo o ano.

A cerimônia foi transmitida ao vivo pelas Redes Nazaré e Vida de Televisão, pela WebTV Redentor e pela Rádio Catedral FM.

A Campanha terá o início oficial na quarta-feira de Cinzas, que este ano cai em 9 de março, e terminará no Domingo de Ramos, quando é realizada a Coleta da Solidariedade.

Tempo de mudança de vida



Durante a missa, Dom Orani destacou o chamado da Quaresma e também da CF a ser um período de conversão e de mudança de atitude, de mudança de vida. Ele lembrou as tragédias provocadas pelas chuvas que atingiram o Rio no mês de janeiro e a importância de revermos o nosso modo de relacionamento com o outro e com o meio ambiente.

- Enquanto caminhamos nesse mundo, nos comprometemos uns com os outros, disse ele, falando as leituras do dia e sobre o exemplo deixado por tantos que viveram pela fé e levaram o mundo a ser diferente.

Dom Orani citou os cinco modos indicados pela Campanha como os cinco “Rs” (reduzir , reutilizar, recuperar, reciclar e repensar) e a relação do ser humano com o planeta, nas questões relativas à ecologia, à sustentabilidade, entre outras, que devem motivar ações de todos, não só nesse período, mas ao longo de toda a vida.

- É uma proposta que nasce de homens e mulheres que caminham na fé, mas que faz parte da preocupação com a vida humana (...) É para todas as pessoas de boa vontade, disse ao se referir à Campanha.

O arcebispo convocou toda a comunidade arquidiocesana a se engajar, a dar uma resposta ao proposto pela CF e trabalhar por um futuro melhor para o planeta e para a sociedade.

“Não somos mais que meros jardineiros de Deus”



Padre Josafá, que é biólogo e que há mais de 30 anos trabalha com ecologia e suas ramificações, apresentou os pontos da CF.

-Não somos mais que meros jardineiros de Deus, disse ele logo no início da apresentação.

Entre os fatos concretos relacionados às questões ambientais e enfrentados pela humanidade, ele citou as mudanças climáticas, o aumento dos mares, a desertificação e a extinção das espécies (agravada pela destruição, desmatamento e queimadas).

O reitor destacou também a desarmonização provocada pelo homem na natureza e o direto impacto sócio-político causado por ela. Ele afirmou que a preocupação da CF não é só da Igreja, é do mundo, enumerando as conferências mundiais sobre o tema e que abordar esses temas são “a missão profética e solidária da Igreja”, que já em 1970 lançou uma CF com o tema “Preserve o que é de todos” e já tratou de temas como a água e a Amazônia.

- É preciso denunciar aquilo que vai contra a obra do criador e propor o que pode ser feito nas comunidades para mobilizar e educar as pessoas, disse.

Para concluir, padre Josafá enumerou as preocupações éticas com as questões ambientais, sociais e religiosas.

Um caminho alternativo



Aproveitamento integral de alimentos, utilização de plantas medicinais e artesanato com utilização de materiais alternativos. Esses foram alguns dos exemplos, que se unem à proposta da CF, trazidos pela Cáritas Arquidiocesana e apresentados aos participantes do encontro.

Em pequenos estandes montados na entrada, as pessoas podiam conhecer melhor esse tipo de trabalho. Para degustar havia suco feito com as cascas da maçã e do abacaxi e bolo de casca de banana. A aprovação dos sabores foi geral.

Sandra Helena Tostes, que trabalha nos curso de promotores de saúde e educação na entidade, destacou que cursos como o reaproveitamento de alimentos também são levado às comunidades carentes, além dos ministrados na sede da Cáritas.

Fonte: Portal Arquidiocese do Rio de Janeiro