sábado, 12 de abril de 2014

Evangelho: O plano de matar Jesus


O plano de matar Jesus - Jo 11,45-56

Muitos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. Alguns, porém, foram contar aos fariseus o que Jesus tinha feito. Os sumos sacerdotes e os fariseus, então, reuniram o sinédrio e discutiam: “Que vamos fazer? Este homem faz muitos sinais. Se deixarmos que ele continue assim, todos vão acreditar nele; os romanos virão e destruirão o nosso Lugar Santo e a nossa nação”. [...] A partir desse dia, decidiram matar Jesus. [...].

COMENTÁRIOS

Mentira, dissimulação e falsidade levam Jesus à morte.

O trecho do evangelho de hoje é a sequência do episódio de Lázaro que podemos caracterizar como sendo uma catequese sobre a ressurreição. A morte de Jesus, os quatro evangelhos coincidem em dizê-lo, foi premeditada. Se o nosso texto não o diz explicitamente, como o faz Marcos e Mateus (10,15; Mt 27,18), ele deixa transparecer que o motivo da condenação de Jesus foi a inveja por parte dos representantes da religião de Israel. A posição de Caifás é eminentemente política e implicitamente contra o império romano. O processo que condenou Jesus à morte está envolto na mentira, na dissimulação e na falsidade. Nas vicissitudes da história humana, entre sombras e luzes, na luta entre o bem e o mal, que disputam o coração do homem, Deus revela seu desígnio e leva a termo o seu plano salvífico. A decisão do Sinédrio, ao que tudo indica, era pública. Por isso, uma vez mais, o evangelho observa que Jesus com os seus discípulos permanecem longe de Jerusalém. A indicação da proximidade da Páscoa já prepara o leitor para a paixão e morte de Jesus.

Carlos Alberto Contieri, sj