sábado, 29 de setembro de 2012

"Vote bem. Vote melhor"

Nice Affonso 
Para 7 de outubro deste ano são esperados 4,7 milhões de eleitores nas urnas do Rio de Janeiro. A Cidade Maravilhosa, às portas de sediar pelo menos mais quatro grandes eventos - a final da Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016 — merece que os cariocas possam eleger prefeito e vereadores que entendam de gestão administrativa, sim. Mas que, principalmente, não esqueçam de perceber se os escolhidos são a favor da vida, da família, são fichas-limpas, se valorizam a educação e o ensino religioso nas escolas, se primam por atendimento melhor na saúde, se promovem o saneamento básico e a construção de moradias em lugares sem risco, se têm projetos para transporte digno para a população e se buscam uma organização eficaz para a segurança da sociedade.

Com o objetivo de conscientizar os fiéis sobre a importância do voto, a Arquidiocese do Rio deu início à campanha de orientação sobre como votar bem. Sob o slogan “Não venda o seu voto!” (Lei nº 9840/99) foram preparados folders explicativos voltados para as eleições municipais 2012, que serão enviados a todas as paróquias, para que cada cidadão “Vote bem. Vote melhor.”.

— No que toca à sua missão, não compete à Igreja, essencialmente, sugerir uma opção partidária determinada, mas sim conclamar todos os seus leigos, cuja vocação é exatamente a de santificar a realidade temporal, para que cada um assuma suas responsabilidades com empenho e coerência. (...) O voto consciente é um dever. O primeiro passo é examinar os programas dos candidatos, compará-los com os ensinamentos da Igreja, discernir a capacidade efetiva de cada um na concretização daqueles planos de desenvolvimento integral, no respeito pela verdade e na justiça, explicou o Vigário Episcopal para a Caridade Social, Cônego Manuel Manangão, em artigo publicado neste portal em agosto.

Para refletir

A Arquidiocese do Rio de Janeiro propõe 46 tópicos para a reflexão que antecede um voto consciente. Confira:
Eleições 2012 - Orientações Arquidiocesanas.pdf

Mas, prefeito e vereador fazem o quê?

Com a certeza de que as eleições determinam o futuro de cada sociedade, é importante conhecer os propósitos dos candidatos e também compreender quais as principais atribuições dos cargos públicos em questão.

Ao prefeito cabe governar a cidade, de forma conjunta com os vereadores, observando as questões políticas, executivas e administrativas. Ele deve reinvindicar convênios, benefícios e auxílios para o município que representa, visando oferecer boa qualidade de vida aos habitantes.

É competência do cargo apresentar projetos de lei à Câmara Municipal, assim como sancionar, promulgar, publicar e vetar projetos. Também é ele quem convoca a Câmara em casos excepcionais.

Ao vereador compete discutir as questões locais e fiscalizar atos do prefeito e das secretarias com relação à administração e aos gastos orçamentários. Deve elaborar leis, receber o povo e atender à sua reinvindicação, desempenhando a função de mediador entre os habitantes e o prefeito.

O vereador tem uma importante atribuição: a elaboração da Lei Orgânica do Município, que é uma espécie de constituição municipal, na qual há um conjunto de medidas para proporcionar melhorias para a população local.

O que importa?

Para assumir esses cargos públicos, os políticos devem estar empenhados em realmente representar a população da localidade em seus interesses e objetivos. Legislar (vereadores) e executar (prefeito) sempre com constitucionalidade, ou seja, sem desrespeitar a constituição, mas ciente da possibilidade de complementá-la com o seu trabalho pelo bem comum.

Os eleitores precisam estar atentos à competência e seriedade dos candidatos, a se há projetos de lei, de fato, sendo propostos e se a qualidade de vida para os habitantes é uma prioridade. Itens sem impacto social, como homenagens a pessoas e instituições, batismos de logradouros, datas comemorativas e criação de honrarias não podem continuar como saldo principal de representantes do povo. A mudança deste quadro é possível: só depende da consciência de cada eleitor.


Fonte: Portal da Arquidiocese do Rio de Janeiro