quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Evangelho: Senhor, ensina-nos a orar.

Lc 11,1-4


Um dia, Jesus estava orando num certo lugar. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou a seus discípulos”. Ele respondeu: “Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja teu nome; venha o teu Reino; dá-nos, a cada dia, o pão cotidiano, e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todo aquele que nos deve; e não nos introduzas em tentação”.

COMENTÁRIOS

A oração do Pai-nosso.


Inúmeras vezes Lucas menciona o fato de que Jesus estava em oração (3,21; 5,16; 6,12; 9,29; 22,39-46). O modo como Jesus vive e cultiva sua relação com o Pai através da oração desperta nos discípulos o desejo de terem uma oração que os identifique com seus discípulos. A versão do Pai-Nosso apresentada por Lucas é mais breve que a de Mateus (6,9-13). Não se trata de multiplicar palavras, pois Deus conhece a cada um profundamente (cf. Sl 138). A oração é o espaço aberto a Deus em que a palavra cede lugar ao silêncio e à escuta; é o espaço para colocar a vida e a missão nas mãos de Deus e se deixar iluminar e conduzir por ele. A atitude de escuta deve caracterizar a oração do discípulo (cf. 10,38-42). A oração do Pai-Nosso, que repetimos várias vezes ao longo de um mesmo dia, é o que todo cristão deve ter presente no relacionamento com Deus. Ela exprime, fundamentalmente, o relacionamento filial entre o ser humano e Deus. É em razão dessa relação que a oração contém súplicas por questões essenciais da existência humana: pão e perdão e, como, infelizmente, o mal está presente no mundo, é preciso pedir insistentemente para não se cair no poder da tentação.

Carlos Alberto Contieri, sj