quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Comunicar a beleza da família


“Neste início do Sínodo, aparece com muita clareza a missão da Igreja em comunicar hoje a beleza e os valores daquilo que se entende como família cristã”, disse o Cardeal Orani João Tempesta, um dos representantes do Brasil na 3ª Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, que está sendo realizada no Vaticano, de 5 a 19 de outubro.
“Esta realidade ficou muita clara devido à mudança de época, uma cultura diferente que estamos vivendo que não aceita a família como a Igreja anuncia”, acrescentou.
O arcebispo do Rio de Janeiro explicou que a assembleia tem o caráter de extraordinária, por ser realizada em duas etapas. Os vários temas, que tem como foco central “Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização”, vão sendo discutidos e tendo seus encaminhamentos a cada dia. Porém, o Sínodo convocado e desejado pelo Papa Francisco será concluído somente em 2015.
Outros aspectos amplamente discutidos, frisou Dom Orani, foram as várias situações que a família enfrenta hoje. Entre elas, a falta de interesse pelo casamento na vida familiar e também a participação na Igreja de cristãos católicos que não estão regularmente casados.
“Se faz necessário que a Igreja reapresente a importância e a beleza da família num mundo que não a entende e, ainda, como acolher as pessoas sem deixar de lado a doutrina que se prega, mas manifestando a misericórdia em situações que de fato existem na Igreja”, salientou.
Realidades no mundo
O arcebispo explicou que os padres sinodais discutem, a princípio, os questionários enviados pelas dioceses, paróquias, movimentos e comunidades do mundo inteiro, o que reflete as preocupações com a problemática familiar em todos os continentes.
Os desafios das famílias na África têm gerado muitos pronunciamentos no Sínodo. Além da pressão da pobreza e dos conflitos, existe uma cultura que não leva em conta os ideais da família cristã.
Na Ásia, existe toda uma cultura diferenciada em que os cristãos estão fugindo de suas casas com as incertezas da política de seus países e a crescente onda de perseguições por causa da fé.
América Latina
Já na América Latina, explicou o arcebispo, a “evangelização nasceu junto com o continente, mas os fiéis católicos têm se sentido influenciados por uma secularização, um individualismo, um subjetivismo que chama a atenção pela respostas que devem dar”.
A cultura católica que predominou desde o princípio no Brasil, sinalizou Dom Orani, vem diminuindo nos últimos tempos. Já não é mais ‘pacifico’ entre as pessoas, a constituição das famílias, os casamentos, a procriação e o batismo dos filhos.
“Muitas questões refletem na vida de fé. Devido às circunstâncias atuais, muitas pessoas acabaram se unindo sem o matrimônio e querem participar da vida da Igreja. Sem ter essa necessidade de poder dizer que está presente também nessa caminhada, esperam da Igreja uma palavra, uma resposta”, pontuou.
Solidariedade ao Médio Oriente
Dom Orani informou ainda sobre a convocação do Papa Francisco para um encontro sobre a situação do Médio Oriente, marcado para 20 de outubro, aproveitando a presença dos patriarcas orientais.
“A Igreja quer se posicionar, ser uma presença diante das perseguições dos cristãos no Oriente Médio, principalmente na Síria e no Iraque. A própria Assembleia Extraordinária quer tornar pública uma declaração sobre esse assunto, uma carta sobre as famílias que estão sendo perseguidas”, concluiu.
Fonte: ArqRio.org