Por Raphael Freire
Um momento singular não só na história do mundo, mas na vida de todos os
homens de boa vontade. Emoção, escuta e agradecimento foram os sentimentos que
todas as pessoas, em especial os católicos, sentiram no coração ao acompanharem
pessoalmente ou através dos meios de comunicação a última Audiência Geral do
pontificado do Papa Bento XVI, realizada excepcionalmente nesta quarta-feira,
27 de fevereiro, na Praça de São Pedro, no Vaticano, onde o Papa pôde se
despedir dos fiéis.
Visivelmente emocionado, Bento XVI deu um amplo giro com o papamóvel
pela Praça de São Pedro e após a leitura da carta de São Paulo dirigiu sua
palavra aos cardeais – que mesmo antes da convocação para o Conclave se fizeram
presentes na audiência –, bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos (as) e fiéis
de todas as partes do mundo, vivenciando de modo muito concreto o quanto é
amado por todos.
— Obrigado por terem vindo, obrigado de coração. Estou comovido e vejo
uma Igreja viva. Temos que agradecer também ao Criador por esse tempo bonito que
Ele nos deu. Assim como ouvimos no Evangelho do apóstolo Paulo, eu também
agradeço a Deus que guia a Igreja. Neste momento, meu coração se expande e
abraça toda a Igreja pelo mundo. Sinto elevar todos na oração para confiar-nos
ao Senhor e para que possamos também nos comportar de maneira digna D’Ele,
produzindo frutos em cada obra boa, disse o Pontífice, sempre aplaudido pela
multidão.
Mais do que uma Audiência Geral, um momento de fé e emoção. quando as
pessoas puderam ouvir uma catequese única, inédita e basicamente em primeira
pessoa. Assim foi o discurso do Papa Bento XVI, que fez um relato franco sobre
a experiência de seu pontificado, iniciado em 19 de abril de 2005.
— O Senhor nos deu muitos dias de sol e ligeira brisa, dias nos quais a
pesca foi abundante, mas também momentos nos quais as águas estiveram muito
agitadas e o vento contrário, como em toda a história da Igreja. (...) Amar a
Igreja significa também ter a valentia de tomar decisões difíceis, tendo sempre
presente o bem da Igreja, e não o de si próprio. Minha decisão de renunciar ao
ministério petrino não revoga a decisão que tomei em 19 de abril de 2005. Não
abandono a cruz, sigo de uma nova maneira com o Senhor Crucificado, sigo a seu
serviço no recinto de São Pedro, ressaltou o Papa.
diversos idiomas, dentre eles, a língua portuguesa. Bento XVI concedeu ainda a bênção apostólica a todos os presentes, extensiva aos seus familiares, doentes e crianças.