terça-feira, 22 de novembro de 2011

Sacramentos: Eucaristia

Eucaristia
A Sagrada Eucaristia é o alimento da alma, é o próprio Cristo que se faz presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade no pão e vinho. Não há motivos para não acreditar e só o faz quem acredita em qualquer coisa, como gnomos, fadas, bruxas…
Quem diz não a Eucaristia nega o Sacrifício do Calvário, nega ao próprio Jesus que disse “Eu estarei até o fim contigo” (Mt 28, 20).
Muitos questionam a presença real de Cristo na Eucaristia, porém se analisarmos com coerência o que a Bíblia nos diz, veremos que a Sagrada Tradição Apostólica não falha ao afirmar que Cristo está verdadeiramente presente na Santa Comunhão. A fim de provar esta verdade explícita, além das prefigurações do Antigo Testamento, citaremos, inicialmente, algumas passagens nas quais o próprio Cristo faz tal afirmação. No livro de João cap. 6, 35, temos Jesus Cristo dizendo: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá fome, e quem acredita em mim nunca mais terá sede”. E mais diante do versículo 48-50, Jesus diz novamente “Eu sou o pão da vida. Os pais de vocês comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Eis aqui o pão que desceu do céu: quem dele comer nunca morrerá.” E continuou como podemos observar do versículo51 a 59:
E Jesus continuou: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá para sempre. E o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne.” Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como pode este dar-nos a sua carne a comer? Disse-lhes Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não é como o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre.” Estas coisas falou Jesus quando ensinava na sinagoga em Cafarnaum.

Se analisarmos com atenção e utilizarmos a lógica, poderemos entender facilmente o que Jesus estava falando com essas afirmações. Primeiramente se respondermos a seguinte questão: quem é Jesus? Obviamente todos responderiam o filho de Deus, o Deus humanado ou ainda o próprio Deus. Jesus sendo Deus é perfeito, onipotente e onisciente, ou seja, tudo pode e tudo sabe, e dessa forma ao dizer que é o pão da vida, e que o pão da vida é sua carne e o vinho seu sangue, como duvidar? É o próprio Deus quem diz isso… É o próprio Deus que afirma “a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele”(Jo 6, 55-56), ou seja, há motivos para duvidar de Deus? Para duvidar de sua inteligência e seu poder? Claro que não há, e sendo assim basta-nos acreditar no que o Deus todo poderoso afirma, “Eu sou o pão da vida” (Jo 6, 35).
Como se não bastasse, ainda temos a instituição da Eucaristia pelo próprio Jesus, como podemos ver em Mt 26, 26-28:
Enquanto comiam, Jesus tomou um pão e, tendo anunciado a benção, o partiu, distribui aos discípulos, e disse: “Tomem e comam, isto é o meu corpo”. Em seguida, tomou um cálice, agradeceu, e deu a eles dizendo: “bebam dele todos, pois isto é o meu sangue, o sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados [...]”

E em Mc 14, 22-24:

Enquanto comiam, Jesus tomou um pão e, tendo pronunciado a benção, o partiu, distribuiu a eles, e disse: “Tomem, isto é o meu corpo.” Em seguida, tomou um cálice, agradeceu e deu a eles. E todos eles beberam. E Jesus lhes disse: “Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos [...]”
E ainda em Lc 22, 19-20:


A seguir, Jesus tomou um pão, agradeceu a Deus, o partiu e distribuiu a eles, dizendo: “Isto é o meu corpo, que é dado por vocês. Façam isto em memória de mim”. Depois da ceia, Jesus fez o mesmo com o cálice, dizendo: “Este cálice é a nova aliança do meu sangue, que é derramado por vocês[...]”

Conforme podemos verificar, os três evangelistas expõem que Jesus toma o pão e vinho em suas mãos, os abençoa e os distribui aos discípulos dizendo que são seu corpo e sangue. Novamente usamos a lógica, pois quem além de Deus pode nesse mundo transformar uma coisa em outra? Quem é capaz de duvidar de algo tão claro, explícito nos evangelhos acima citados? Ora Jesus afirma de forma clara e explícita que o pão e o vinho são seu corpo e sangue após a benção, quem somos nós para duvidar? Nós não somos absolutamente nada para duvidar de Cristo, que nos ama tanto que se entregou por nós para a morte na cruz.
No evangelho de Lucas vemos Jesus ordenando a seus discípulos “Façam isto em memória de mim” (Lc 22,19). Vemos Jesus ordenando seus discípulos a abençoarem o pão e vinho, transformando-os em seu corpo e sangue e repartirem entre os seus, entre os discípulos, entre os seguidores de Cristo. O Messias é claro e explícito. Não há como e nem motivos para duvidar.
Cristo mandou que se fizesse o sacrifício em sua memória, o que de forma alguma significa que Cristo esteja presente somente em memória, [...]. A expressão significa que a cerimônia é para ser feita pelos Apóstolos e sucessores como recordação do que Cristo fez. E o que Cristo fez foi transformar pão e vinho em Seu corpo e sangue.
Cristo disse: Fazei “isto” em minha memória. O “isto”, a ação que deve ser executada, não é memorial, mas real. Consagreis como eu fiz, realmente, em minha memória, pois não estarei presente visivelmente, é o que ensinou Cristo. E porque em memória? Porque não veremos Cristo até o final do mundo, “até que ele venha”. (LIBÓRIO, 2001)
Após observarmos o próprio Cristo afirmando que Ele é o pão da vida, e ordenar aos discípulos na Santa Ceia que repitam o seu gesto, podemos ainda citar outras passagens bíblicas, para não deixar margem alguma de dúvidas sob a presença de Cristo na Eucaristia (mesmo após Ele mesmo ter dito).
Em I Cor11, 23-26 temos São Paulo explicitando a eucaristia à comunidade de Corinto:

De fato, eu recebi pessoalmente do Senhor aquilo que transmiti para vocês: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, o partiu e disse: “Isto é o meu corpo que é para vocês; façam isso em memória de mim.” Do mesmo modo, após a Ceia, tomou também o cálice, dizendo: “Este cálice é a Nova aliança do meu sangue; todas as vezes que vocês beberem dele, façam isso em memória de mim.” Portanto todas vezes que vocês comem deste pão e bebem deste cálice , estão anunciando a morte do Senhor, até que Ele venha. Portanto todo aquele que comer este pão ou beber este vinho indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, a si mesmo o homem, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque aquele que o come e bebe indignamente, come e bebe para si a condenação, não distinguindo o Corpo do Senhor.

Além de termos mais uma vez a narração da instituição da Santa Eucaristia, pelo próprio Jesus, por São Paulo Apóstolo afirmando ser necessária a dignidade para comungar do Corpo e Sangue do Senhor, uma vez que se a comunhão se der de forma impura, as pessoas estarão se condenando. Ou seja, se fosse um simples pedaço de pão as pessoas não estariam se condenando ao comungar indignamente, mas como não é um simples pão, mas Jesus Cristo se faz necessário que as pessoas estejam puras, livres de seus pecados para então comungarem do Corpo e Sangue do Senhor, distinguindo então o que é pão e vinho e o que é o Corpo e o Sangue de Jesus. Uma lição prática que podemos aprender com São Paulo é que o que muda não é a aparência de pão, mas a substância do pão, assim como ocorre com o vinho. Mas se não há uma mudança física como poderíamos distinguir o que é pão e o que é Cristo? Ora a resposta é simples, a fé, a crença nas palavras do próprio Jesus que afirmou que sua carne é verdadeira comida e seu sangue verdadeira bebida, e na última ceia consagrou o pão e o vinho, transformando-os em seu próprio corpo e sangue, e dando-os a seus apóstolos para comungarem. É através da fé que distinguimos o que é pão e o que é Cristo.
Ao procurar algum documento antigo que trate da Santa Missa e da Sagrada Eucaristia, podemos citar a Didakê, ou “Doutrina dos Doze Apóstolos” que é considerado o escrito mais antigo dos tempos apostólicos, e estima-se que tenha sido escrito entre os anos 70 e 90, com São João ainda vivo (LIBÓRIO, 2001). Vejamos o que diz a Didakê:

Reuni-vos no dia do Senhor, e façam a partilha do pão e ofereçam a Eucaristia; mas primeiro confessem suas faltas, para que seu sacrifício seja puro. Quem tiver alguma diferença com seu amigo, que não participe convosco até que tenha se reconciliado, para evitar a profanação de seu sacrifício.
A Didakê orienta os cristãos a se reunirem no dia do Senhor para a Eucaristia, mas para que o sacrifício seja puro e aceito por Deus Pai, se faz necessária a confissão dos pecados. Se confrontarmos com uma passagem bíblica já citada anteriormente poderemos ler “Porque desde o nascente do sol até o poente é o meu nome grande entre as gentes, e em todo lugar se sacrifica e se oferece ao meu nome uma oblação pura” (Mal. 1, 11).
São Malaquias profetiza em nome de Deus a necessidade de uma oblação pura, em toda a terra (do nascer ao por do sol), e a Didakê nos diz como esse sacrifício se tornará puro, através da confissão dos pecados e da reconciliação. Dessa forma o sacrifício descrito na Didakê e no livro de Malaquias são o mesmo!
No livro do Êxodo 3, 14, podemos ler Deus se revelando a Moisés, dizendo: “Eu sou aquele que É”, e em Mt 26, 26-28; Mc 14, 22-24; Lc 22, 19-20, vemos Jesus dizendo “isto é meu Corpo” e “este é o cálice do meu sangue”, ou seja, por mais que muitos tentem confundir o sentido das palavras empregadas por Jesus não há dúvida alguma se observarmos as Sagradas Escrituras iluminados sob a orientação dos apóstolos, e com um pouco de lógica apenas… Só se confunde quem quer, quem acha que pode interpretar a Bíblia livremente da forma que quiser.

Fonte: www.doutrinacatolica.wordpress.com