quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

PNSBI inicia novo trabalho com a Pastoral da Sobriedade

Fátima e Rodrigo no curso de formação para os novos agentes da Sobriedade.

Neste ano de 2015 a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro vivência o “Ano da Esperança”. Em unidade com a Igreja no Rio, a Paróquia Nossa Senhora do Bonsucesso de Inhaúma iniciou, neste mês de fevereiro, um novo serviço pastoral que tem por objetivo tratar o problema dos vícios, levando esperança e vida nova a todos que estão inseridos dentro desta realidade.




O Grupo de Auto Ajuda Transformação em Deus – Pastoral da Sobriedade pretende acolher todos os que sofrem por causa de algum vício. A dependência é tudo aquilo que tira a pessoa de sua liberdade humana. Elas são muitas, como o vício de álcool, drogas, medicamentos, internet, celular e descontrole sexual. Além disso, em alguns grupos de autoajuda estão aparecendo também casos de depressão. 

Em entrevista a Pastoral da Comunicação (Pascom PNSBI), os psicólogos – e agentes deste novo trabalho –, Fátima Duarte e Rodrigo Franca, falam sobre as atividades que serão desenvolvidas no Grupo de Auto Ajuda Transformação em Deus – Pastoral da Sobriedade.
Rodrigo
Fátima

Qual é o objetivo da Pastoral da Sobriedade?

Fátima e Rodrigo: A Pastoral da Sobriedade é a ação concreta da Igreja para o enfrentamento, de maneira concreta, do problema social da exclusão, miséria e violência. Nasceu em 1998, na 36ª Assembleia dos Bispos do Brasil, para responder à delicada questão do uso de drogas. E hoje, vai além. Trata de qualquer tipo de dependência - química ou não – vícios, manias, compulsões. Durante as reuniões semanais é proposto um Programa de Vida Nova através da vivência dos 12 Passos da Sobriedade Cristã. Estas reuniões são cíclicas e ininterruptas e seguem o Calendário Nacional da CNBB - Coordenação Nacional. Em todo o Brasil, durante a semana, simultaneamente, o mesmo passo é trabalhado em cada paróquia. É através da perseverança nas reuniões que o Programa de Vida Nova é proposto, compreendido e adotado como meta individual. Sua vivência leva à conversão. Por meio dele a pessoa é conduzida ao compromisso no agir cristão. A pessoa faz a redescoberta de si mesma, de sua auto-estima, da importância da própria dignidade, dos autênticos valores cristãos, éticos e morais, de sua cidadania. O grupo atua na intervenção, recuperação e reinserção familiar quando exerce ação terapêutica e de evangelização, que traduzida na terapia do amor, trabalha para a sobriedade do dependente e sua família, simultaneamente, durante as reuniões semanais do Grupo de Autoajuda e também atua enquanto pastoral de inclusão quando objetiva a inserção de cada participante tanto nas demais pastorais e atividades existentes na paróquia assim como na sociedade. O objetivo da reunião é tratar o problema da dependência química, abrangendo o grupo familiar, sem, no entanto, promover um confronto entre eles. Enquanto o dependente participa buscando a recuperação, o familiar participa para se orientar e ajudar de maneira efetiva na recuperação de seu dependente. Assim, através de uma interação dinâmica que é a partilha da experiência de vida de cada participante, que acontece nos pequenos grupos, dependente e co-dependentes tomam consciência dos problemas que estão prejudicando o relacionamento familiar.

Vocês passaram por alguma formação para iniciar esse trabalho na paróquia? Como foi esse processo? Contem-nos um pouco...

Sim. Para ser um agente da Pastoral da Sobriedade precisamos passar por um curso de formação, onde o Padre Thiago teve que fazer uma carta de apresentação e dar o seu aval a fim de que a pastoral fosse criada. Essa formação teve a duração de um final de semana, onde nos foi transmitida a maneira correta de conduzir os encontros e é consolidada a cada encontro na vivência dos 12 Passos da Sobriedade Cristã. O curso foi interessante, pois deu para entender de forma clara o que a pastoral faz. Essa pastoral é um constante aprendizado para todos (agentes e assistidos), pois além de uma pastoral é um grupo de autoajuda onde se acolhe pessoas de todas as religiões. Mas vale ressaltar que concentramos todos os encontros na doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana, mais precisamente, no Programa de Vida Nova.

Quais são as expectativas para a realização desse trabalho na comunidade?

A nossa expectativa é poder ajudar as pessoas a lidar com alcoolismo e outros vícios, dependências químicas ou não, a resgatar sua dignidade de filhos de Deus e viver uma vida melhor mostrando a eles que os mesmos não estão sozinhos, e assim, promover mudanças e transformações nas vidas das pessoas. É muito importante que todos percebam que se você quer uma mudança, você pode tê-la começando pela sua atitude, com a ajuda de Deus. E a Pastoral por ser abrangente, pois trabalha também com os co-dependentes, proporciona a todos um lugar onde se têm voz, onde eles sabem que qualquer pessoa pode se expressar sem ser julgado (a) ou sem ter medo de alguma consequência... E o resto é deixar que Deus faça o seu trabalho.

De que forma os paroquianos podem auxiliar com o trabalho que vocês desenvolverão, a partir de agora, com a Pastoral da Sobriedade?

Boa pergunta. Os paroquianos podem nos ajudar muito, toda ajuda será sempre bem-vinda. Gostaríamos que eles fizessem desta pastoral um lugar onde eles realmente aprendam a confiar em Deus e entregar suas vidas a ele, queremos sempre trabalhar junto com toda a comunidade. Porém, de início os paroquianos podem ajudar em pequenas coisas como divulgar o trabalho da pastoral. A integração com todas outras pastorais é de extrema importância, inclusive, nos ajudando também com os cantos e animação. Pretendemos criar um grupo alegre, onde teremos, também, a oportunidade de “festejar lutas e vitórias”. Se houver um interesse maior de alguns, podemos indicar os mesmos para fazer o curso de formação e assim os interessados também podem ser agentes.

Quais são os contatos para quem quiser saber mais detalhes sobre a Pastoral?

Os interessados podem ligar para a secretaria da paróquia para se informar sobre os horários dos encontros e/ou nos escrever por e-mail através do endereço: sobriedade.pnsbi@gmail.com.

Reportagem: Raphael Freire
Fotos: Arquivo Pessoal