sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Evangelho: Jesus fala de sua morte e sua ressurreição.

Mt 16,24-28


Então Jesus disse aos discípulos: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida a perderá; e quem perder sua vida por causa de mim a encontrará. De fato, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro mas perder a sua vida? O que poderá alguém dar em troca de sua vida? Pois o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta. Em verdade, vos digo: alguns dos que estão aqui não provarão a morte sem antes terem visto o Filho do Homem vindo com o seu Reino”.

COMENTÁRIOS

“Renunciar a si mesmo” é a opção por viver a vida de Deus, sem perder o que lhe é próprio.

A incredulidade dos discípulos se manifesta na atitude de Pedro, que tenta dissuadir Jesus de prosseguir o seu caminho. Era inconcebível para um judeu do tempo de Jesus pensar num Messias que tivesse que passar pelo sofrimento e pela morte. Certamente o anúncio da paixão e da morte de Jesus foi frustrante para Pedro, assim como para os discípulos, de modo geral (cf. Lc 24,16-21). O Messias que anuncia sua paixão e morte não é o Messias que Pedro esperava e pensava ter encontrado. O ensinamento de Jesus ainda não tinha penetrado o mais profundo do coração de Pedro para poder converter sua mentalidade. Por isso, Jesus o acusa de não pensar as coisas de Deus, mas de modo puramente humano, sem se deixar iluminar e mover pela vontade de Deus. Há uma condição indispensável para seguir Jesus: confiança nele. “Renunciar a si mesmo” não significa negar-se ou anular-se, nem tampouco negar a própria história, mas viver a existência humana impulsionado por esse dinamismo de entrega radical da vida a Deus e ao próximo. “Renunciar a si mesmo” é a opção por viver a vida de Deus, sem perder o que lhe é próprio; é viver o caminho de Jesus como graça; enfim, é renunciar a todo tipo de egoísmo para ser “como o Mestre”.
Carlos Alberto Contieri, sj