quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A história do Rosário

     Atribui-se tradicionalmente a S. Domingos a fundação do Rosário, não como ele está hoje organizado, evidentemente, mas como uma oração sobre a qual outros se haviam de fundamentar para a sua devoção.            Atribui-se ao dominicano Alano de Rupre (ou Alain de la Roche), falecido em 1475, a devoção do Rosário, como o temos hoje : 150 Ave-Marias (tantas quantos são os Salmos do Saltério, base do breviário), repartidas por 15 dezenas, durante as quais se meditam os "mistérios" da vida e obra redentora de Jesus Cristo, a que Nossa Senhora se encontra intimamente ligada. Alano de Rupre descreve claramente a estrutura do Rosário, ao falar de 15 Pai-Nossos e 150 Ave-Marias, com a meditação De Christi incarnatione, passione et gloria.           
    
     Descreve o conteúdo dos Mistérios dolorosos e gloriosos com os mesmo enunciados que temos ainda hoje. A única variante está nos gozosos em que acrescenta aos que conhecemos, a Circuncisão, a Fuga para o Egipto, o Regresso do Egipto e a Submissão a seus pais. Segundo Alano de Rupre, S. Domingos foi um grande pregador mas não o seu fundador. A fundação do Santo Rosário deve-se à Santíssima Trindade.  Segundo ele, o Saltério Mariano já o rezavam os antigos eremitas, rezavam-no, S. Bartolomeu, S. Bento, S. Beda, S. Bernardo, S. Francisco, S. Domingos, etc. Alano é um visionário. A Virgem e S. Domingos aparecem-lhe, segundo ele, para lhe comunicarem que pregue o saltério de Maria. Ele serve-se de qualquer visão ou alegoria histórica para explicar e justificar a reza do Rosário.           
    
     Os seus escritos sobre o Rosário são póstumos. Foi um dominicano bretão, ainda que tivesse pregado na Flandres.  Alano não gostava do nome de Rosário por lhe parecer profano, e preferia usar o nome de Saltério de Maria em memória dos 150 salmos de David.  Um grande apóstolo do Rosário contemporâneo de Alano foi Fr. Tiago Sprenger, falecido em 1495, prior do Convento de Colónia. Purificou o Rosário dos elementos visionários de Alano, reconheceu a S. Domingos a honra de fundador e optou pelo nome de Rosário em vez de Saltério de Maria. É ele quem consegue a primeira aprovação pontifícia de uma Confraria do Rosário em Colónia. Não que seja esta a primeira Confraria do Rosário, porque com outro nome já existiam outras desde o século XIII.            
    
     Trata-se da Primeira aprovação pontifícia de uma Confraria Rosariana. Primeiramente, a 10 de Março de 1476, obtém um Diploma do Legado Pontifício Alexandre Forli no qual constam as indulgências pedidas pelo imperador.  Nele reconhece-se S. Domingos como fundador do Rosário e reconhece-se também oficialmente este nome. Posteriormente, Sisto IV (1471-1484), na Bula de 1478, confirma todos estes títulos e determina as partes de que consta o Rosário, como hoje o conhecemos. A partir desta data, o Rosário tem uma fórmula fixa, e proliferam as Confrarias do Rosário de tal maneira que raras são as casas de Dominicanos em que se não tenha estabelecido uma Confraria.Todos os Pontífices apoiam a reza do Rosário, o povo corresponde com entusiasmo e o Rosário torna-se uma realidade sempre presente da vida cristã.    
    
     Proliferam as imagens dedicadas à Virgem do Rosário, e ao Rosário se dedicam muitos santuários e conventos. A expansão do Rosário coincide com o descobrimento do Novo Mundo, e com esta invocação são baptizados Rios, Cidades, Baías, Cabos e até Arquipélagos. Igualmente surgem Províncias Religiosas bem como pessoas de ambos os sexos baptizadas com este nome. S. Pio V (1566-1572), atribui em 7 de Outubro de 1571 a vitória da batalha de Lepanto, da Europa cristã contra a ameaça turca e islâmica, à recitação do Rosário pelo povo de toda a Europa. A batalha ficou conhecida como a batalha de Nossa Senhora da Vitória.