terça-feira, 18 de outubro de 2011

As novas ferramentas para a democracia digital

Ana Maria Galheigo

As redes sociais, em especial o Facebook, o Twitter e o Youtube, estão trazendo novo alento à participação democrática no mundo todo. Facilitam a participação do cidadão comum, que encontra uma maneira fácil e acessível de protestar, e de verificar que o seu problema é o de muitos. Com essas ferramentas, podem compartilhar suas dificuldades, discutir soluções e pressionar os governos déspotas, ou aqueles governos que servem a acumulação de poucos.

Mas a democracia digital vai além da organização e do protesto. Aumenta, cada vez mais, a pressão pelos governos eletrônicos, que permitem a transparência e o acompanhamento em tempo real. No caso brasileiro, apesar de alguns avanços, ainda estamos no 55º lugar na classificação dos governos eletrônicos. Falta, e muito, a transparência.

Na cidade de São Paulo, a câmara dos vereadores está desenvolvendo um projeto chamado “a era dos dados abertos”, que obriga o governo municipal a mostrar os gastos. As ONGs Transparência Brasil e Contas Abertas são pioneiras em trabalhar tanto a transparência entre os atos políticos como também nos gastos governamentais.

A questão da corrupção é tão grave e extensa, que os próprios políticos sérios, as corregedorias e tribunais precisam da força da população para poder enfrentar a gravidade do problema. Segundo o jornalista Merval Pereira, em recente seminário, os tribunais de contas solicitaram a criação do controle externo, para poderem ter mais força para fiscalizar as obras, principalmente da Copa e das Olimpíadas – a que ponto se chegou!
O esgotamento do sistema da democracia representativa, a necessidade de uma democracia participativa é uma tecla que a CNBB vem batendo insistentemente.

Sonho que um dia cheguemos a experiências tais como a da Finlândia, em que cidadãos comuns se reuniram pela internet e formularam uma proposta de reformulação da Constituição, que está sendo discutida no governo. Rezemos ao Senhor!