Iniciamos um novo Ano
Litúrgico neste final de semana, mas vivemos momentos tão marcantes na semana
que finda que precisamos continuar a “Campanha pela Evangelização” de “anunciar
a grande alegria” da salvação, reconhecendo as “maravilhas de Deus” em nossas
vidas.
Alegro-me
e congratulo-me, emocionado, com todas as forças vivas de nossa Igreja
Arquidiocesana que, atendendo a um antigo desejo eclesial muito acalentado em
meu coração, superlotaram, apesar da chuva de sábado passado, a nossa Igreja
Mãe para o encerramento do Ano da Fé e, dentro deste, a ação de graças pelo seu
evento mais significativo que foi a JMJRio 2013; para a comemoração do dia dos
cristãos leigos e para a nossa Primeira Festa da Unidade Arquidiocesana. Nosso
evento esteve unido à conclusão do “Ano da Fé” que o Santo Padre, o Papa
Francisco, comemorou no Vaticano nesse mesmo final de semana. Necessitávamos de
um momento em que todas as forças vivas da arquidiocese estivessem unidas
também presencialmente, como ocorreu nessa abençoada celebração que pretendo
que tenha continuidade daqui para frente.
Como falei de início, ao saudar os fiéis que participaram
das atividades logo às 14hs, com a transmissão ao vivo pela RedeVida de
Televisão, WebTv Redentor e Rádio Catedral, é sempre bom estar junto ao Senhor.
É sempre bom estarmos todos juntos, junto com Cristo na Eucaristia. Por isso, a
Igreja do Rio de Janeiro deu um bonito testemunho de que respeitamos a nossa fé
católica. Oramos, rezamos, contemplamos, meditamos, adoramos e louvamos a Deus
com a participação de muitas pessoas, particularmente do Padre Reginaldo
Manzotti, especial convidado para a nossa festa da Unidade.
Na celebração eucarística, durante a minha homilia eu
salientei três pontos que são fundamentais para a nossa vida de unidade
arquidiocesana: primeiro: “Cristo Reina entre todos nós”. Segundo: “Senhor,
aumenta a nossa fé”. Terceiro: “a Unidade Arquidiocesana”, testemunhada, vivida
e evangelizada nos leva a vivê-la unidos um com o outro. Esse deverá ser o
nosso compromisso até a próxima Festa da Unidade Arquidiocesana, na Festa de
Jesus Cristo, Rei do Universo, de 2014 dentro do Ano da Caridade com visão na
questão social, como nos pede o nosso Plano de Pastoral.
Na nossa festa da Unidade Arquidiocesana fomos convocados a
reconhecer que precisamos nos empenhar sempre mais na transmissão da fé
católica a todos com os quais convivemos: em nossas casas, para as nossas
crianças, educando nossos adolescentes e renovando a fé dos vacilantes, sem nos
esquecermos dos que seguiram outras estradas que não aquelas queridas por
Cristo e pela Igreja. E isso somente será possível se nos unirmos entre nós, o
que deve acontecer como um “contágio do bem”, animando os irmãos na fé e
aquecendo os corações para que retornem para a “casa”.
Na Abertura do IV
Congresso Missionário Americano e COMLA 9, que acontece nesta semana na
Venezuela, na abertura o Cardeal Filoni, Prefeito da Congregação para a
Evangelização dos povos, fez referência à missa de envio ocorrida ao final da
JMJ em Copacabana, recordando que a “missão continua”.
A unidade é um magnífico dom de Deus. Mas a unidade é feita
de maneira concreta por cada um dos batizados. Nosso Senhor Jesus Cristo rezou
para que todos “fôssemos um”. Isso tem sido a minha tarefa desde que me ordenei
sacerdote pela imposição das mãos do saudoso e querido Dom Tomas Vaquero,
segundo Bispo de São João da Boa Vista, SP. Essa foi a meta de meu episcopado
desde São José do Rio Preto, passando por Belém do Pará e, agora, com a graça
de Deus, nas abençoadas terras da cidade maravilhosa do Rio de Janeiro.
A unidade não significa uniformidade. A diversidade deve ser
um tesouro e não um instrumento de separação. Vamos integrar o diferente,
unificar o multiforme, respeitar as variedades de carismas e, em tudo,
anunciar, proclamar, viver e testemunhar a unidade. Interessante e emocionante
foi a conclusão de nossa formação geral do clero desta semana que finda, quando
o conferencista, o Dr. Luis Marins, concluiu justamente com um texto sobre a
“unidade na diversidade” de um sermão do Pe. Antônio Vieira!
Para viver a unidade devemos superar o egoísmo, quebrar as
barreiras, vencer o individualismo, rejeitar as falsas superioridades e sempre
construir pontes que nos unam, a fim de anunciarmos as “alegrias do evangelho”,
como nos pede a Exortação Apostólica do Papa Francisco, divulgada nesta semana
e que precisaremos aprofundar muito. Rezemos
ao Divino Espírito Santo para que envie sobre a nossa Igreja Arquidiocesana,
sobre cada um de nós a sua luz divina, renovando em nós a chama da fé,
ascendendo o amor divino de Jesus, por que esse amor nos convoca a colocar em
prática o que se canta na linda canção: "Que seja um: é o que eu quero
mais! O teu amor é o que nos torna capazes. Sem medo algum, se amem mais. O teu
espírito é quem age e faz!".
Por isso, no Dia Nacional de Ação de Graças que tivemos a
oportunidade de celebrar em Copacabana, e que ficou marcado com a presença dos
milhões de jovens na JMJ Rio 2013, nós olhamos com carinho todos os eventos que
o Senhor nos proporcionou e proporciona. Sim, mesmo a constatação da unidade
quando as necessidades ocorrem demonstram o nosso “caminhar juntos”, como tem
acontecido nestes últimos tempos. Louvado seja o Senhor por tudo!
Num tempo em que a religião parece comércio, convido a todos
para vivermos e testemunharmos o serviço. Diante de quem quer viver o
individualismo, vamos proclamar o comunitário, aquilo que nos une. Vamos viver
como irmãos, sejamos sempre irmãos e irmãs, superando a indiferença, o
isolamento, a prepotência e o preconceito.
Agradeço a todos os que prepararam esta importante
manifestação da unidade arquidiocesana, à equipe do Ano da Fé, àqueles que
agiram durante a celebração, aos convidados, a todos os movimentos, pastorais,
associações, serviços, juntamente com as paróquias e seu povo que, motivados
pelos nossos amados sacerdotes, acorreram em massa à nossa Catedral, aos nossos
meios de comunicação, especialmente as mídias sociais que demonstraram o poder
convocatório da nossa Arquidiocese, aos diversos grupos de serviço da Catedral
de São Sebastião, nossos queridos bispos auxiliares Dom Roque e Dom Luís
Henrique, pelo ingente empenho durante todo o Ano da Fé, e, acima de tudo, a
todos os fiéis que participando de nossa festa da Unidade comprometeram-se a
testemunhar Jesus Cristo pela Palavra de amor e de misericórdia! Te Deum
Laudamus!
† Orani João
Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ