No último domingo, dia 1º de setembro, a Igreja no Brasil iniciou o mês da Bíblia. E para celebrar o grande dom da Palavra revelada pelo Amor Maior a toda a humanidade, voluntários e famílias acolhedoras da Jornada Mundial da Juventude Rio2013 (JMJ Rio2013) se reuniram para agradecer a Deus pelas experiências vividas, graças alcançadas e frutos colhidos antes, durante e depois desta grande peregrinação mundial que reuniu mais de 3 milhões de pessoas no Rio de Janeiro.
A Celebração Eucarística foi presidida pelo Pároco, Padre Márcio Queiroz, e contou com os serviços do Diácono Vicente Silva. Além disso, a Missa também reuniu crianças, jovens e adultos da Iniciação Cristã, e diversos paroquianos.
Inspirado pelo Evangelho de Lucas (14,1.7-14), Padre Márcio ressaltou que a Palavra de Deus nos adverte que o orgulho é pecado grave, pois nos leva a assumir atitudes prepotentes que rompem a fraternidade. O sacerdote destacou ainda que todos devem pedir a Deus um coração mais humilde e aberto ao amor e à paz que o Senhor deseja e quer oferecer a cada ser humano.
Antes do término da celebração, a mensagem proferida pelo Papa Francisco durante o Encontro com os Voluntários, em 28 de julho, no Riocentro, foi lida com o objetivo de recordar a todos os paroquianos a exortação feita pelo Sumo Pontífice. Leia a mensagem na íntegra:
Viagem Apostólica ao Brasil – JMJ 2013
Discurso do Papa Francisco
Riocentro – Rio de Janeiro
Domingo, 28 de julho de 2013
Queridos voluntários,
boa tarde!
Não podia regressar a Roma sem antes agradecer, de modo pessoal e afetuoso, a cada um de vocês pelo trabalho e dedicação com que acompanharam, ajudaram, serviram aos milhares de jovens peregrinos; pelos inúmeros pequenos detalhes que fizeram desta Jornada Mundial da Juventude uma experiência inesquecível de fé. Com os sorrisos de cada um de vocês, com a gentileza, com a disponibilidade ao serviço, vocês provaram que “há maior alegria em dar do que em receber” (At 20,35).
O serviço que vocês realizaram nestes dias me lembrou da missão de São João Batista, que preparou o caminho para Jesus. Cada um, a seu modo, foi um instrumento para que milhares de jovens tivessem o “caminho preparado” para encontrar Jesus. E esse é o serviço mais bonito que podemos realizar como discípulos missionários: preparar o caminho para que todos possam conhecer, encontrar e amar o Senhor. A vocês que, neste período, responderam com tanta prontidão e generosidade ao chamado para ser voluntários na Jornada Mundial, queria dizer: sejam sempre generosos com Deus e com os demais. Não se perde nada; ao contrário, é grande a riqueza da vida que se recebe!
Deus chama para escolhas definitivas, Ele tem um projeto para cada um: descobri-lo, responder à própria vocação significa caminhar na direção da realização jubilosa de si mesmo. A todos Deus nos chama à santidade, a viver a sua vida, mas tem um caminho para cada um. Alguns são chamados a se santificar constituindo uma família através do sacramento do Matrimônio. Há quem diga que hoje o casamento está “fora de moda”; Está fora de moda? Na cultura do provisório, do relativo, muitos pregam que o importante é “curtir” o momento, que não vale a pena comprometer-se por toda a vida, fazer escolhas definitivas, “para sempre”, uma vez que não se sabe o que reserva o amanhã. Em vista disso eu peço que vocês sejam revolucionários, eu peço que vocês vão contra a corrente; sim, nisto peço que se rebelem: que se rebelem contra esta cultura do provisório que, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, que não são capazes de amar de verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham a coragem de “ir contra a corrente”. E também tenham a coragem de ser felizes!
O Senhor chama alguns ao sacerdócio, a se doar a Ele de modo mais total, para amar a todos com o coração do Bom Pastor. A outros, chama para servir os demais na vida religiosa: nos mosteiros, dedicando-se à oração pelo bem do mundo, nos vários setores do apostolado, gastando-se por todos, especialmente os mais necessitados. Nunca me esquecerei daquele 21 de setembro – eu tinha 17 anos – quando, depois de passar pela igreja de San José de Flores para me confessar, senti pela primeira vez que Deus me chamava. Não tenham medo daquilo que Deus lhes pede! Vale a pena dizer “sim” a Deus. N’Ele está a alegria!
Queridos jovens, talvez algum de vocês ainda não veja claramente o que fazer da sua vida. Peça isso ao Senhor; Ele lhe fará entender o caminho. Como fez o jovem Samuel, que ouviu dentro de si a voz insistente do Senhor que o chamava, e não entendia, não sabia o que dizer, mas, com a ajuda do sacerdote Eli, no final respondeu àquela voz: Senhor, fala eu escuto (cf. 1Sm 3,1-10) Peçam vocês também a Jesus: Senhor, o que quereis que eu faça, que caminho devo seguir?
Caros amigos, novamente lhes agradeço por tudo o que fizeram nestes dias. Agradeço às pastorais, novas comunidades e movimentos que colocaram seus membros a serviço desta jornada. Não se esqueçam de nada do que vocês viveram aqui! Podem contar sempre com minhas orações, e sei que posso contar com as orações de vocês.
Raphael Freire