sexta-feira, 25 de maio de 2018

Formação Litúrgica - Santa Missa parte por parte - Liturgia Eucarística

A LITURGIA EUCARÍSTICA 


A segunda parte da Missa – estreitamente unida a primeira – toma o nome de Liturgia Eucarística.

Na última ceia, Cristo Jesus instituiu o sacrifício e a ceia pascal, por meio do qual se tornou continuamente presente na Igreja o sacrifício da Cruz, quando o sacerdote, que representa Cristo Senhor, realiza aquilo mesmo que Jesus fez e confiou aos seus discípulos para que o fizessem em sua memória: “Tomai todos e comei, tomai todos e bebei!”

Percebemos que neste relato da Ceia presidida por Jesus, encontramos toda estrutura da Celebração Eucarística. A Igreja mantém vivo os gestos, os sinais e as palavras que o próprio Senhor utilizou durante a instituição do Sacramento da Eucaristia. Na Liturgia Eucarística, será celebrada a renovação da instituição de Jesus. Tomando pão e vinho em suas mãos, o Senhor transforma os dons da terra em dons divinos.

a) O Ofertório O fato de apresentarmos e de trazermos pão e vinho para o altar, não constitui apenas um mero rito prático, mas constitui que toda a vida humana, com suas alegrias, dores e esperanças se traduz em uma auto-oferenda a Deus. No momento do ofertório nós nos oferecemos a Deus e Deus por sua vez se oferece a nós por meio de seu Filho Jesus Cristo.

Dt 26: O mandamento da oferta das primícias.

A Oração Eucarística 

A Oração Eucarística constitui no gesto que o Senhor Jesus realizou na última ceia com os seus discípulos: “Ele deu graças” (Lc 22,17). Esta oração significa também uma oração de Ação de Graças realizada pelo Sacerdote ao Pai, por Cristo no Espírito devido a sua participação no Sacramento da Ordem que o distingue do sacerdócio comum dos fiéis.

a) O Prefácio - Louvor ao Pai pela história da Salvação
O prefácio constitui em um hino de ação de graças que o sacerdote eleva ao Pai por toda a obra da salvação, ou por algum aspecto particular de acordo com os diversos tempos litúrgicos, festas e solenidades.

Col 1,3-12: Hinos de ação de graças no NT.

b) O “Sanctus” Aclamação da assembleia a santidade de Deus
Após o prefácio o celebrante convida a assembleia reunida a expressar uma manifestação de louvor a Deus por meio do canto do Santo. Este hino que exalta a transcendência de Deus era utilizado pelos judeus em sua liturgia matinal. No Rito da Missa, passou a ser parte integrante na Liturgia por volta do século IV. O hino é praticamente uma junção da liturgia celeste com a liturgia terrestre.

Este hino tem sua origem no livro de Isaias 6,1-3 onde o profeta descreve uma visão celestial. E no livro do Apocalipse 4,8, os anjos proclamam a glória de Deus como criador soberano.

c) Narrativa da Instituição e Consagração
O Sacerdote realiza os mesmos gestos de Cristo (dar graças) e pronuncia as mesmas palavras usadas por Nosso Senhor no momento da instituição da Eucaristia. Este é o mandato do Senhor à sua Igreja até o fim dos tempos.

Mt 26,26-28: “Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai e comei, isto é meu corpo. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados”. Mc 14,22-23; Lc 22, 15-20; 1Cor 11,23-25.

d) Intercessões
Com estas orações torna-se evidente a união da Eucaristia celebrada em comunhão com as três realidades eclesiais existentes que são a Igreja Militante, Padecente e Triunfante.

Ef 6,18: “Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos”. 1Ts 5,25; 1Ts 1,2; 2Ts 3,1:

e) Doxologia Final 
É o cume de toda Oração Eucarística. Ela expressa a glorificação de Deus. É o momento em que o Sacerdote oferece o Cristo ao Pai pelo Espírito e a Igreja por sua vez rende louvores a Deus por tamanho dom. Dois movimentos são realizados durante a Doxologia.

Rm 16,27: “a Deus, único, sábio, por Jesus Cristo, glória por toda a eternidade! Amém”. Fl 4,20; Ap 7,12.

O Rito da Comunhão 

Terminada a Oração Eucarística passamos para o terceiro momento da Liturgia Eucarística, denominado “Rito de Comunhão”. Estes ritos têm por serventia nos preparar de modo ainda mais adequado por meio da oração para podermos nos aproximar de maneira mais consciente no Divino Banquete Sagrado. Formam, portanto o Rito da Comunhão as seguintes etapas: A Oração do Senhor (Pai Nosso), os Ritos da Paz com suas preces e, por conseguinte a Fração do Pão.

Oração do Senhor (Pai Nosso)
Na Oração do Pai nosso, fica claro que a Comunidade reunida em nome da Trindade, manifesta de modo evidente a sua participação no mistério da filiação divina, que logo implica a verdadeira comunhão entre nós e o nosso Deus que é Pai.

Embolismo - A oração “Livrai-nos de todos os males” da Missa desenvolve o pedido “e não deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal” rezado no Pai nosso. É justamente por esse motivo que não dizemos “amém” ao término da oração. A oração é concluída com uma espécie de doxologia: “Vosso é o Reino, o poder e a glória para sempre”.

Mt 6, 9-13: “Eis como deveis rezar: PAI NOSSO, que estais no céu, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso Reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”. 

A oração da Paz 
Depois de sua ressurreição, o Senhor leva ao termo sua promessa apresentando-se no meio deles, no lugar em que se encontravam, dizendo: “A paz esteja convosco!” (Cf. Jo 20,21).
A paz é o dom que o Ressuscitado segue oferecendo hoje a sua Igreja, reunida para a celebração da Eucaristia, de modo que possa testemunhá-la na vida de cada dia.

Jo 14,27: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz” são as palavras com as quais Jesus promete aos discípulos reunidos no cenáculo, antes de enfrentar a paixão, o dom da paz.

A Fração do Pão
O gesto de partir o pão era muito usado pelos judeus nas suas celebrações pascais. O próprio Jesus realizou este gesto quando celebrava a Ceia com seus discípulos. Este gesto tipicamente familiar onde o chefe da família partia o pão e o distribuía entre os seus é verdadeiramente bem simples, mas rico de um simbolismo profundo. Ele quer expressar a partilha entre todos e com cada um.

Jo 1,29: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Partiu o pão: Mt 14,19; Mt 15,36; Mt 26,26; Mc 6,41; Mc 14,22; Lc 24,30.35.

Lc 7,6-7: "Senhor, não te incomodes tanto assim, porque não sou digno de que entres em minha casa; por isso nem me achei digno de chegar-me a ti, mas dize somente uma palavra e o meu servo será curado.

A Comunhão
A Comunhão faz parte e dá sentido pleno à participação na Missa, que desde os primeiros tempos é chamada também de Ceia do Senhor. Realiza-se neste momento a grande comunhão dos fiéis com Deus, dos fiéis com Cristo, dos fiéis entre si.

Os Ritos Finais
Com a benção final e despedida da Missa recebemos a Missão de levar a paz, de levar o Senhor ao próximo, em nossos trabalhos, em toda a nossa vida. É a Eucaristia, portanto a fonte e o cerne de toda a missão evangelizadora da Igreja. Unidos ao Senhor poderemos dar bons frutos, pois sem Ele nada podemos fazer (Cf. Jo 15,5)

Num 6,24-26: “O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor te mostre a sua face e conceda-te sua graça! O Senhor volva o seu rosto para ti e te dê a paz! E assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel e eu os abençoarei”.