terça-feira, 25 de agosto de 2015

É permitido usar música gravada nas celebrações litúrgicas?


Sou pároco de uma comunidade na qual, como em muitos outros lugares, se sente a ausência de músicos católicos. Podemos usar CDs de música religiosa nas celebrações litúrgicas?
 
Os que estão na celebração litúrgica precisam participar de maneira plena, consciente e ativa do ato. Alguns participarão tocando instrumentos, outros cantando, outros servindo o altar, outros ao serviço da Palavra etc. Quando não há pessoas para tocar instrumentos musicais, os fiéis se limitarão a cantar, ou seja, se não há músicos, deve-se cantar sem instrumentos, só com as vozes dos próprios fiéis.
 
“Os fiéis cumprem a sua ação litúrgica mediante a participação plena, consciente e ativa que a própria natureza da liturgia requer; esta participação é um direito e um dever para o povo cristão, em virtude do seu Batismo. Esta participação:
 
a) Deve ser antes de tudo interior; quer dizer que, por meio dela, os fiéis se unem em espírito ao que pronunciam ou escutam e cooperam com a graça divina.
 
b) Mas a participação deve ser também exterior; quer dizer que a participação interior deve expressar-se por meio de gestos e atitudes corporais, pelas respostas e pelo canto.
 
Eduquem-se também os fiéis no sentido de se unirem interiormente ao que cantam os ministros ou o coro, de modo que elevem os seus espíritos para Deus, enquanto os escutam.” (Instrução Musicam sacram, 15)
 
O Papa São Pio X dizia: “Não cantem na missa. Cantem a missa”. O ideal é este mesmo, cantar a missa, pois canto e música não são elementos externos à celebração. Um povo que canta com alegria (acompanhado por instrumentos musicais ou a capella) participa do culto litúrgico de maneira mais ativa.
 
canto litúrgico é uma dimensão importante de cada experiência de oração dentro da assembleia litúrgica. É importante cantar, porque o canto expressa e aprofunda a fé. Liturgia e música sempre estão unidas.
 
O objetivo da música na missa não é oferecer diversão ou simplesmente deixar a celebração mais bonita. O canto é uma forma de oração neste contexto; a música, neste caso, nos ajuda a unir-nos à ação litúrgica, além de dar um sentido e uma força especial à nossa oração.
 
Quanto aos cantos (com ou sem instrumentos musicais), recomenda-se:
 
1. Não acrescentar mais cantos aos já estipulados pelas normas litúrgicas. Por exemplo, na saudação da paz, não há cantos.
 
2. Como vimos, a liturgia pede que haja cantos. Que sejam com ou sem música, isso é secundário. Mas o ideal é que haja música “ao vivo”, por assim dizer.
 
Portanto, segundo as normas gerais da Igreja, é um erro que os corais recorram à música gravada. Estas faixas musicais não podem substituir a música viva, que deve ser entoada pelos músicos e cantada pelo coro e/ou a assembleia.
 
“Nas missas para crianças, os instrumentos musicais podem ser de grande utilidade, principalmente se tocados pelas próprias crianças. Eles contribuem para sustentar o canto ou para nutrir a meditação das crianças; ao mesmo tempo exprimem, à sua maneira, a alegria festiva e o louvor de Deus.
 
Deve tomar-se sempre cuidado para que a música não predomine sobre o canto, ou sirva mais de distração que de edificação para as crianças; é preciso que corresponda à necessidade de cada momento em que se faz uso da música durante a missa.
 
Com as mesmas cautelas, com a devida seriedade e peculiar prudência, a música reproduzida por meios técnicos também pode ser adotada nas missas para crianças, conforme as normas estabelecidas pelas Conferências dos Episcopais.” (Sagrada Congregação para o Culto Divino,Diretório para as missas com crianças, n. 32)
 
“O emprego de instrumentos no acompanhamento dos cânticos pode ser bom para sustentar as vozes, facilitar a participação e tornar mais profunda a unidade da assembleia. Mas o som dos instrumentos jamais deve cobrir as vozes ou dificultar a compreensão do texto. Todo o instrumento se deve calar quando o sacerdote ou um ministro pronunciam em voz alta um texto que lhes pertença por sua função própria.” (Musicam sacram, 64)
 
Os documentos oficiais da Igreja falam de instrumentos, não de faixas musicais. É preciso evitar tudo que for artificial, postiço, ou que se pretenda fazer encaixar à força.
 
3. Os cantos são educadores da fé. A prioridade é dada aos textos, porque eles contêm mensagens de fé e doutrina; mas também é preciso procurar que a música nos ajude a confessar nossa fé da melhor maneira possível. O canto, então, é uma confissão da fé através da sua melodia e do seu texto.
 
4. Os cantos devem expressar a fé da Igreja e estar ao serviço do mistério que se celebra, respeitando as normas estabelecidas pela autoridade competente.
 
5. É preciso escolher os cantos levando em consideração que as celebrações litúrgicas são celebrações da Igreja, cultos públicos aos quais somos convidados. De forma alguma são cultos privados nos quais cada um faz o que quer.
 
6. Que sejam cantos compostos e dedicados única e exclusivamente à celebração litúrgica, seja ela qual for. Ou seja, que não se usem cantos mundanos, mesmo que tenham conteúdo religioso.
 
7. É importante evitar que o canto litúrgico caia em desuso ou se torne algo transitório: isso é algo próprio da música popular, que vira moda e depois perde o interesse.
 
8. A música litúrgica ajuda o cristão a adquirir e viver uma atitude religiosa diante de Deus: expressar súplica, fé, arrependimento, louvor e ação de graças.
 
9. Os cantos nas celebrações precisam saber respeitar os momentos de silêncio. Por exemplo, não se toca música durante a consagração nem durante a ação de graças após a comunhão.
 
10. Também é preciso evitar ter os ensaios de música imediatamente antes das celebrações, para não atrapalhar os fiéis, que têm direito de preparar-se para a missa com seu silêncio e oração.

Fonte: www.aleteia.org

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Como deve ser o coral da paróquia?

Reflexões importantes para todos os que se dedicam à música nas missas: espalhe estas informações em sua paróquia


Nas ações litúrgicas, cabe qualquer gênero de música sagrada, inclusive os cânticos locais, sempre e quando correspondam ao espírito, à natureza e aos elementos celebrativos do mistério de Cristo, e não impeçam a devida participação do povo de Deus.
 
É preciso valorizar e promover os corais e ministérios de canto litúrgico, mas vinculados às paróquias, bem formados, que não buscam exibicionismos e que sabem integrar-se adequadamente nas celebrações. São um verdadeiro serviço ao Senhor e à Igreja.
 
Uma boa organização litúrgica evita ter sempre solistas ou corais contratados para diversas ocasiões, porque estes tendem asubstituir a assembleia e impedir sua participação, ao se tornarem protagonistas de uma espécie de "show", estando mais em função de um retorno financeiro que de um serviço litúrgico.
 
O melhor canto é aquele que permite integrar equilibradamente a participação da assembleia com as intervenções do coral ou dos solistas – fazendo, por exemplo, um diálogo entre antífonas e estrofes. Em nenhuma celebração litúrgica, por nenhum motivo, a assembleia pode ficar muda ou ser marginalizada do canto.
 
É preciso esforçar-se por cantar bem, com clareza, simplicidade, unção. E executar cânticos dos quais, pela melodia, tom e movimento, os fiéis possam participar. Ajuda muito quando um diretor ensaia antes com a assembleia e que se tenha pelo menos a letra dos cantos.
 
Os instrumentos musicais existem para acompanhar o canto; portanto, não devem cobrir as vozes nem impedir a compreensão da letra. A amplificação dos equipamentos deve ser moderada e não convém abusar.
 
O instrumento litúrgico por excelência é o órgão. É o único que pode proporcionar uma estrutura harmônica completa, que possui uma grande versatilidade para graduar o volume e que é praticamente uma orquestra nas mãos de um só executor. É preciso valorizá-lo e executá-lo com propriedade para dar esplendor ao canto.
 
Todos os instrumentos, e também o coral, devem calar quando o sacerdote pronuncia ou canta em voz alta um texto que lhe corresponde por função própria. É preciso observar isso sobretudo durante a Oração Eucarística.
 
O canto de entrada deve ajudar a criar o senso de comunidade e a preparar todo o povo para a celebração. Não pode se prolongar após a chegada dos ministros. Tampouco os demais cantos devem durar mais que a ação ou rito que acompanham. O canto não pode tornar a missa pesada nem prolongar a celebração.
 
O "Senhor, tende piedade", o "Glória" e o "Cordeiro de Deus" devem ser cantados seguindo seu texto litúrgico – preferencialmente com a participação de toda a assembleia. O "Aleluia" só se suprime durante a quaresma; no resto do ano, deve ser aclamado pela assembleia, que se prepara para escutar a leitura do Evangelho.
 
É muito conveniente, pelo menos nas solenidades, cantar a antífona do salmo responsorial. O salmo só pode ser cantado quando se conta com um excelente cantor(a); do contrário, é melhor recitá-lo. As aclamações dentro da Oração Eucarística, pela sua importância, podem ser cantadas. Destaca-se o grande "amém" com o qual o povo faz sua toda a Oração Eucarística.
 
Todos os esforços feitos por cantar bem na ação litúrgica são amplamente compensados com o esplendor e a alegria de uma celebração que glorifica Deus e edifica a comunidade cristã.


Fonte: Aleteia

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Sacerdócio com a bênção do Papa Francisco


O Papa Francisco demonstrou inúmeras vezes que lhe agrada estar ao lado de seu rebanho: ‘sentir o cheiro da ovelha’. Durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro, em 2013, não foi diferente. Muitos tiveram a oportunidade de ficarem próximos ao Santo Padre.
Uma dessas ‘ovelhas’ que o conheceram foi o diácono permanente Vicente Freitas da Silva. Por uma casualidade, encontrava-se com sua filha e neto em uma das casas que Francisco visitara na comunidade da Varginha, no Complexo de Maguinhos.
Após dois anos do encontro, o diácono se recorda, com emoção, de dois momentos: quando o pontífice abraçou e abençoou seu neto e quando segurou o crucifixo que o Papa beijou, antes de receber e fazer a persignação nele.
“Por tudo isso, tenho uma gratidão muito grande pela Divina Providência, por ter proporcionado a mim e a minha família esse encontro com o Santo Padre”, afirmou o diácono.
Papa em Manguinhos
Durante a JMJ no Brasil, o Papa Francisco visitou, no dia 25 de julho, a comunidade da Varginha, no conjunto de favelas de Manguinhos, no subúrbio do Rio. Durante a caminhada, ele conversou e abençoou os moradores que o aguardavam em frente às portas das casas, conheceu a Capela São Jerônimo Emiliano, situada na comunidade, e promoveu um encontro ecumênico com fiéis de uma igreja Assembleia de Deus que estava em seu caminho, rezando junto com eles a “Oração do Pai Nosso”.
Em seu discurso aos moradores, realizado em um campo de futebol de terra, Francisco agradeceu por ter sido “bem acolhido, com amor, generosidade e alegria”.
Trabalho
Provisionado na Paróquia Nossa Senhora de Bonsucesso de Inhaúma, em Bonsucesso, diácono Vicente desenvolve um trabalho solidário e de evangelização com as famílias que moram no entorno da capela que o pontífice visitou, além de visitar os enfermos no Hospital Geral de Bonsucesso.
Através de reuniões de Círculos Bíblicos, ele consegue levar fé para a comunidade marcada pela violência. Um dos frutos de que mais se orgulha é a realização de mais de 70 casamentos religiosos de casais que ainda não tinham este sacramento e que principiaram a partir desses encontros.
O diácono contou que após a visita do Papa houve um aumento significativo de moradores nas missas e nos encontros de Círculos Bíblicos, mas que, sempre é preciso um novo impulso na fé das pessoas.
“A comunidade é muito carente, vive entre a violência e a fé. É um desafio muito grande, mas isso nos estimula a trabalhar mais, por causa da resposta e da acolhida das famílias”, comentou ele.
Caminhada de fé
No dia 15 de agosto, diácono Vicente dará mais um passo em sua caminhada de fé: ele e mais dois diáconos permanentes, Luiz Francisco Costa e Jair de Freitas Guimarães, serão ordenados padres na Paróquia Cristo Redentor, em Laranjeiras, às 15h.
De acordo com as leis canônicas, quando viúvo, um diácono permanente pode se tornar padre se obter autorização do Conselho de Presbíteros de sua diocese, e ter a certeza absoluta de sua vocação ao presbiterato.
“Assim que meu filho entrou para a catequese, o pároco da Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, em Bonsucesso, onde frequentava, me convidou para ser representante dos pais dos catecúmenos. Depois, ele me convidou para ser catequista de adultos. Daí, o pároco Adam Kovallik me convocou para ser ministro da Eucaristia e também para me tornar diácono permanente. Em 2009, por ocasião do falecimento de minha esposa, padre José Brito Terceiro me sugeriu que eu aceitasse o sacerdócio”, contou o diácono.
No primeiro pedido de ordenação, houve recusa por parte da Cúria Romana. Foi então que Papa Francisco entrou mais uma vez em seu caminho. O arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, reenviou a solicitação ao pontífice, que veio afirmativa. “Venho caminhando junto e por causa de Jesus Cristo, num processo de crescimento e amadurecimento: vão aparecendo as oportunidades e vou aceitando. Estou muito feliz pelos acontecimentos, conduzidos pela mão de Deus”, concluiu ele.

Foto: Gustavo de Oliveira 
Fonte: ArqRio

Ordenação Sacerdotal do nosso Diácono Vicente


No próximo sábado será a Ordenação Sacerdotal do Diácono Vicente.

Toda a comunidade é convidada a participar desse momento tão importante.
O ônibus partirá da matriz às 13h. É só entrar em contato com a nossa secretaria paroquial no telefone 3437-5111 e informar seu nome.
Participe!




É válido reclamar diante de Deus?

Uma reflexão importante para quem está passando por momentos de tribulação e sofrimento


Quando estamos passando por uma situação difícil ou temos um problema que parece não ter solução, é comum sentir que Deus não atende nossas súplicas ou que se esqueceu de nós, e às vezes optamos por reclamar pela sua suposta ausência ou falta de ajuda.
 
Ou podemos simplesmente colocar-nos diante de Deus perguntando-lhe por que as coisas são assim, por que nos aconteceu tal ou qual coisa – pergunta esta que, de qualquer maneira, pode estar carregada de raiva por sentir que o que nos acontece é injusto.
 
Mas é válido reclamar diante de Deus? Será que essa nossa atitude desagrada nosso Pai do céu? Como agir diante dEle em meio às nossas angústias?
 
Em primeiro lugar, é preciso recordar que ninguém gosta de sofrer – física, moral, espiritual, economicamente etc. Gostaríamos de ver o sofrimento bem longe de nós, e pedimos isso a Deus na oração.
 
No entanto, quando uma situação de sofrimento se apresenta em nossa vida e pedimos a Deus que nos ajude, no fundo, parece queesperamos que Ele resolva tudo sozinho como por passe de mágica.
 
Obviamente, se isso não acontece, chegamos a sentir que Ele não nos escuta ou que se esqueceu de nós. Mas a verdade é que fomos nós que esquecemos que Deus nos conhece muito melhor do que ninguém e sabe do que precisamos e o que é melhor para nós.
 
Ao reclamar com Deus por não ver as coisas resolvidas como gostaríamos ou no tempo que solicitamos, só demonstramos nosso empenho em conceber Deus de um jeito "humano" demais, com falta de humildade, ao confundir talvez nosso lugar diante do Senhor.
 
Quando quem pede se esquece de que está falando com seu Pai, com seu Deus, com seu Senhor, perde sua atitude de filho, e do clamor passa à reclamação diante dAquele cuja providência nunca nos abandona.
 
No entanto, Deus entende perfeitamente o que estamos passando e sabe que esse nosso jeito de reagir é fruto do nosso desespero, do cansaço, da frustração.
 
Mas, quando acontece algo que nos desagrada ou faz sofrer, costumamos perguntar a Deus: "Por quê?". Esta pergunta dificilmente encontrará uma resposta. Pode ser mais proveitoso para a nossa alma buscar o "para quê" dos acontecimentos.
 
Jó, na Bíblia, nos dá seu testemunho. Em seu desconcerto, ele também começa buscando os porquês, em seu afã por entender a vontade de Deus. Mas acaba compreendendo que a vontade de Deus nem sempre precisa ser entendida, mas sim seguida com fidelidade, com a atitude de servo humilde.
 
O próprio Jesus Cristo perguntou ao Pai por que o havia abandonado. Suas palavras enigmáticas nos dão uma grande lição, porque não surgem de uma atitude soberba, mas demonstram o sentimento de solidão e desconcerto de Jesus ao estar na cruz. Mas depois vem a resolução da crise: "Pai, em tuas mãos entrego meu espírito!".
 
Quando estamos sofrendo, podemos imitar Jesus e nunca esquecer que Deus é nosso Pai; saber que, ainda que neste momento não sintamos sua presença ou não entendamos o que acontece, Ele nunca nos abandonará. Entregar tudo em suas mãos amorosas.
 
É importante chegar, como Jesus, a experimentar Deus como um verdadeiro Pai; buscar que nossa relação com Ele seja sempre filial, de confiança.
 
Se fizermos disso uma prática cotidiana, tanto nos momentos agradáveis como nas horas difíceis, tanto no trabalho quanto no descanso, tanto nas conquistas quanto nas perdas, sempre teremos em nossos lábios para Ele o clamor humilde do filho, da criatura, do servo.


Fonte: www.aleteia.org

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Os ladrões roubaram 351 hóstias, mas Deus quis mostrar seu poder

E este é apenas um dos mais de 130 milagres eucarísticos documentados no mundo

Na Basílica de São Francisco, em Siena, Itália, 223 hóstias conservam-se intactas há mais de 276 anos.

A tal respeito, opinou o cientista Enrico Medi:
 
“Esta intervenção direta de Deus é o milagre (...), realizado e mantido enquanto tal milagrosamente durante séculos, para testemunhar a realidade permanente de Cristo no Sacramento Eucarístico”.O milagre aconteceu no dia 14 de agosto de 1730. A mais antiga memória escrita do evento foi redigida no mesmo ano e assinada por um certo Macchi.

Nesse mesmo dia, ladrões se infiltraram na basílica e roubaram o cibório, que continha 351 partículas consagradas.

Três dias depois, ou seja, em 17 de agosto, todas as 351 partículas apareceram no cofre de esmolas do santuário de Santa Maria de Provenzano, onde haviam sido jogadas. Elas, porém ficaram misturadas com o pó acumulado no fundo do cofre.

O povo acorreu para comemorar a recuperação das santas hóstias, que foram levadas de volta em procissão à Basílica de São Francisco.

Transcorreram os anos e não se percebia sinal algum das alterações que naturalmente deveriam ocorrer.

Em 14 de abril de 1780, o Superior Geral da Ordem Franciscana, Frei Carlo Vipera, consumiu uma das hóstias e comprovou que estava fresca e incorrupta. Como algumas delas haviam sido distribuídas em anos anteriores, o Superior ordenou então que as 230 restantes fossem guardadas num novo cibório e não fossem mais distribuídas.

Visando deitar luz no fenômeno inexplicável, em 1789 o arcebispo de Siena, D. Tibério Borghese, guardou algumas hóstias não consagradas numa caixa em condições análogas às das hóstias consagradas.

Após dez anos, uma comissão de cientistas escolhidos especialmente para estudar o caso abriu a caixa e só encontrou vermes e fragmentos putrefatos.

Enquanto isso, as hóstias consagradas se conservavam como podem ser vistas até hoje, contrariando todas as leis físicas e biológicas.

Em 1850 foi feito um teste similar com os mesmos resultados. 

Em diversas ocasiões, as hóstias foram analisadas por pessoas de confiança ou ilustres pelo seu saber e as conclusões sempre eram as mesmas: “As sagradas partículas ainda estão frescas, intactas, fisicamente incorruptas, quimicamente puras e não apresentam nenhum início de corrupção”.

A mais importante verificação aconteceu em 1914, quando o Papa São Pio X autorizou um exame no qual participaram numerosos professores de bromatologia, higiene, química e farmacêutica.

Os cientistas concluíram que as hóstias foram preparadas sem nenhuma precaução científica e que haviam sido guardadas em condições comuns, fatores que deveriam tê-las levado a se deteriorarem naturalmente. Porém, elas estavam em tão bom estado que podiam ser consumidas 184 anos depois do milagre.

Siro Grimaldi, professor na Universidade de Siena e diretor do Laboratório Químico Municipal, foi o principal cientista da comissão de 1914. 
 
Ele escreveu um livro com detalhes preciosos sobre o milagre, intitulado Uno Scienziato Adora. Em 1914 declarou que “a farinha em grão é o melhor terreno de cultura de microrganismos, parasitas animais e vegetais, e fermentação láctica. As partículas de Siena estão em perfeito estado de conservação, contra as leis físicas e químicas, não obstante as condições de tudo desfavoráveis em que foram encontradas e conservadas. Um fenômeno absolutamente anormal: as leis da natureza foram invertidas. O vidro em que foram encontradas possui mofo, enquanto a farinha se revelou mais refratária do que o cristal”.

Em 1922 foram realizadas novas análises, por ocasião da transferência das hóstias para um cilindro de cristal de roca puro, na presença no Cardeal Giovanni Tacci e do Arcebispo de Siena, de Montepulciano, de Foligno e de Grosseto. Os resultados foram os mesmos. Ainda houve novas análises em 1950 e 1951.

Em 5 de agosto de 1951, cinco dias antes da festa do milagre, o tabernáculo foi alvo de um novo atentado, desta vez com um objetivo bem definido: acabar com as hóstias conservadas de modo sobrenatural. 

Os profanadores subtraíram o relicário de ouro e espalharam as partículas do milagre pelo chão da capela. Porém, o dano foi nulo, e menos de um ano depois foram expostas novamente num novo relicário especial, onde hoje podem ser adoradas.

Durante uma visita pastoral efetuada à cidade de Siena, em 14 de setembro de 1980, assim se manifestou João Paulo II diante das prodigiosas hóstias: “É a Presença!”

As milagrosas partículas permanecem na capela Piccolomini durante os meses de verão, e na capela Martinozzi nos meses de inverno.

Os cidadãos de Siena realizam numerosos atos em louvor das Santas Hóstias. Entre elas, a homenagem das Contradas, o obséquio oferecido pelas crianças que fazem a Primeira Comunhão, a solene procissão na festa de Corpus Christi, o septenário eucarístico de fim de setembro e a adoração eucarística no dia 17 de cada mês, em lembrança da recuperação acontecida em 17 de agosto de 1730.

Fonte: www.aleteia.org

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Ela nasceu de um estupro incestuoso e tem algo importante a dizer

Quando conheceu sua verdadeira história, Kristi decidiu dedicar sua vida a ajudar casos como o seu


Kristi Hofferber foi concebida em um estupro incestuoso, e o que ela pede às mães que, como a sua, passaram por esta experiência é: “Por favor, não abortem os bebês concebidos como eu fui concebida”.
 
Ela sempre soube que tinha sido adotada. Com apenas três dias de vida, seus pais adotivos já puderam tê-la em seus braços, e isso sempre foi motivo de orgulho para eles, pois não podiam ter filhos. Jamais esconderam isso dela.
 
Durante sua infância, ela não teve interesse em conhecer sua origem. “Tive uma infância maravilhosa, meus pais me deram tudo de que eu precisava”, contou Kristi. Porém, como acontece com muitos filhos adotivos, chegou uma hora em que ela quis conhecer sua família biológica.
 
“Tentei fazer isso sem contar aos meus pais adotivos, mas não obtive muita informação e, ao mesmo tempo, sabia que não era a maneira correta, que precisava ser honesta com meus pais. Então, perguntei-lhes diretamente. A resposta não foi nada fácil de ouvir”, disse ela.
 
Estupros constantes
 
Os estupros incestuosos padecidos pela mãe biológica de Kristi tiveram como resultado 6 gravidezes, das quais 5 acabaram em aborto (um “espontâneo”, devido aos maus-tratos físicos, e quatro provocados – executados ao amparo de leis pró-aborto, para encobrir o incesto). A 6ª gravidez chegou ao final e dela nasceu Kristi, que foi dada em adoção.
 
“Eu não esperava algo assim. Nunca havia passado pela minha cabeça. Demorei várias semanas para decidir se queria continuar pesquisando minha história. Se aquilo era assim mesmo, como seria para a minha mãe encontrar-me agora?”, recordou Kristi, que hoje tem 30 anos.
 
Gratidão pela vida
 
É preciso ser muito corajosa para enfrentar esta situação! Mas, em sua alma, Kristi sentia que o plano de Deus era que ela encontrasse sua mãe. E não demorou muito em conhecê-la. Após enviar um e-mail à pessoa que ela achava ser sua mãe, recebeu uma rápida resposta. Marcaram um encontro. Kristi pôde conhecer também uma irmã sua e o bebê que esta acabara de dar à luz.
 
Kristi esteve vários dias na casa de sua mãe biológica, onde conheceu melhor o horror pelo qual ela passou durante 20 anos de estupros por parte do seu pai. Sua mãe tinha 16 anos quando Kristi foi concebida.
 
“Estou muito agradecida por ter escolhido continuar procurando-a até encontrá-la – confessou Kristi. Eu me senti triste e feliz ao mesmo tempo, pelo fato dela ter me trazido a este mundo. O único que sei sobre o porquê de não terem me matado mediante o aborto legal é que minha mãe biológica decidiu ocultar a gravidez durante um tempo.”
 
“Após o meu nascimento, ela não tinha certeza se eu tinha sobrevivido ou não, porque não me viu depois do parto; mais tarde, recebeu a informação de uma infecção que eu havia contraído ao nascer. Disseram-lhe que eu havia sido levada a outro hospital para ser tratada, mas que provavelmente não sobreviveria”, contou.
 
A relação entre mãe e filha não foi fácil, mas elas se falam regularmente. Kristi acredita que Deus as uniu e agradece pelo fato de poder ver sua mãe. Também agradece sua mãe por ter respeitado seu direito à vida.
 
“São tantas as vidas afetadas pela perda de uma só criança abortada! É difícil só de imaginar quão diferentes teriam sido as coisas, se eu tivesse sido abortada. Agradeço muito à minha mãe biológica por ter me protegido e dado em adoção”, confessa.
 
“Cheguei a uma família maravilhosa, que me acolheu com os braços abertos e me deu todo o amor e os cuidados de que eu precisava. Também por isso serei eternamente grata!”, exclamou Kristi, cujo marido também foi adotado. Juntos, decidiram adotar um filho também.
 
Ao conhecer sua verdadeira história, seus objetivos na vida mudaram, e ela decidiu se dedicar a casos como o seu. Hoje, é assistente social e seu objetivo é ajudar mulheres que enfrentam uma situação difícil como consequência da gravidez.
 
Com relação ao seu pai-avô, ele passou apenas 18 meses na prisão, porque não encontraram provas suficientes para incriminá-lo. Na época, a mãe de Kristi não sabia que sua filha havia sobrevivido – o que certamente teria agravado a pena. O homem morreu há um ano, mas Kristi nunca quis conhecê-lo.
 
“Sejam quais forem as circunstâncias da concepção de uma criança, esta não pode ser castigada pelo crime do seu pai. Todas as crianças deveriam ter a oportunidade de viver a vida que receberam”, concluiu Kristi.

Fonte: www.aleteia.org



segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Como preparar uma criança para a morte de alguém querido?

Saiba como a criança concebe a morte em cada etapa da infância e como ajudá-la a enfrentar esta situação com serenidade e sem traumas


Como pais, temos o dever de ensinar nossos filhos que nem tudo na vida são coisas boas e agradáveis. É preciso mostrar-lhes que também existe sofrimento, dor e morte. Para isso, é importante conhecer os processos naturais de uma criança diante da morte e as perguntas que ela se faz em cada etapa da sua infância.
 
As primeiras perguntas sobre a morte começam por volta dos 4 ou 5 anos de idade e ressurgem mais tarde com intensidade na pré-adolescência.
 
Entre 4 e 5 anos
 
A criança começa a se perguntar sobre a morte, mas a concebe como algo reversível, como se o morto tivesse ido viajar e pudesse voltar a qualquer momento. A morte é relacionada à doença e à dor. Junto ao medo diante da própria morte, surge a angústia pela morte/ausência dos pais, quando são eles os falecidos.
 
Entre 5 e 8 anos
 
A criança começa a compreender que a morte é um estado permanente, que algumas coisas que desapareceram simplesmente não voltarão; e se interessa por saber o que acontece com quem morre. É nesta etapa que começa a personificar a morte como monstros ou catástrofes naturais.
 
A partir dos 8-9 anos
 
A criança entende o ciclo da vida e descobre a obrigatoriedade da morte, bem como o fato de que é um processo irreversível, pelo qual ela também passará. Podem surgir aqui as perguntas sobre o sentido da vida e, se houver uma morte próxima, o temor pelo destino dos que sobreviveram.
 
As crianças devem participam do velório, funeral, enterro?
 
Os psicólogos afirmam que é a criança quem deve decidir isso. Se quiser ir, é preciso permitir. Mas jamais obrigá-la a ir.
 
Após a morte de alguém próximo, é preciso acompanhar e observar a criança e seus hábitos: alimentação, sono, escola, desejo de ficar sozinha etc. Se houver mudanças significativas nestas áreas, é aconselhável consultar um especialista.
 
Facilite o luto
 
Conhecer a forma como a criança concebe a morte em cada etapa da infância e usar sempre uma linguagem simples são maneiras de ajudá-la nestas circunstâncias. É preciso evitar explicações complicadas ou que estimulem fantasias equivocadas sobre a morte (de um familiar, de um animal de estimação etc.).
 
Alguns conselhos
 
- Não evite falar da morte
- Incentive a criança a expressar seus sentimentos
- Não diga mentiras nem invente histórias sobre a morte
- Responda às perguntas da criança com honestidade
- Não fale além do nível de compreensão da criança

Fonte: www.aleteia.org

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Assistir às novelas é bom ou ruim?

Um critério simples e eficaz para saber se uma novela é boa ou ruim para você


Na vida há coisas que são intrinsecamente más; outras coisas são sempre boas; e, finalmente, existem coisas que não são, em si mesmas, nem boas nem ruins: são simplesmente coisas, situações ou circunstâncias. É precisamente neste último grupo que podemos incluir a televisão e o que ela nos apresenta: seriados, novelas, programas etc.
 
Deus é o nosso fim último e nele se encontra a nossa perfeição. Assim, uma coisa será boa se aproxima você de Deus, e será ruim se o afasta dele. Este é o critério mais simples e eficaz para discernir.
 
As novelas e seriados podem ser considerados ruins na medida em que forem o começo de mudanças negativas de comportamento individual e coletivo.
 
É preciso dedicar uma atenção especial às repercussões dos programas, sobretudo nas crianças e adolescentes, nos casos em que a consciência for manipulada. A falta de maturidade pode levar as novelas a distorcer a visão da realidade e aumentar os níveis de estresse, prejudicando a saúde mental e emocional.
 
Mas a "maldade" das novelas não está nas novelas em si, nem nos produtores ou atores. Eles simplesmente trabalham. Levar uma novela à televisão não é mau em si, como tampouco há maldade ou má intenção na criação de uma novela, em geral.
 
As novelas são boas na medida em que geram empregos, permitem o desenvolvimento na carreira dos envolvidos, promovem o talento dos atores, divertem o público etc.
 
Mas então qual é o lado negativo das novelas, seriados e filmes?
 
- As crianças e adolescentes tendem a imitar o que veem nas novelas, normalmente mais carregadas de valores negativos que positivos; e concebem as novelas como ações normais da vida diária.
 
- A violência vista na televisão pode levar a desenvolver comportamentos agressivos. As novelas podem mostrar a violência como única forma de solucionar problemas, promovendo o ódio, e não a importância do perdão.
 
- As novelas costumam banalizar o sexo e fazer do seu mau uso uma moda. Podem incentivar a promiscuidade sexual, a prostituição e a gravidez indesejada. O adultério também costuma ser mostrado como algo comum e normal.
 
- Em certos casos, há um incentivo à bruxaria, ocultismo, dinheiro fácil, corrupção. Promove-se a ideia de que o fim justifica os meios.
 
- Também é frequente facilitar o uso, nas famílias (e, consequentemente, na sociedade) de um mau vocabulário e da falta de respeito.
 
- Em muitos casos, a televisão leva a paralisar as atividades cotidianas, promovendo a perda de tempo e a evasão da realidade.
 
- Os cenários costumam ser repletos de luxo, comodidade, dinheiro, e isso pode levar o telespectador a sentir-se frustrado por não ter alcançado este "ideal" da vida.
 
- Ao se comparar com o que vê na televisão, as pessoas podem crescer em insegurança pessoal e criar uma imagem distorcida de si mesmas.
 
- Também podem facilitar a perda do critério pessoal, da personalidade, quando se imitam os personagens, nomes e estilos de vida.
 
- Os roteiros e tramas costumam conter erros de coerência e se chega a cair no ilusório e até no ridículo.
 
Se alguém se sentiu negativamente impactado pelas novelas em algum momento da vida ou de alguma maneira, tampouco tem de colocar a culpa na novela em si, porque provavelmente o que lhe faltou foi maturidade ao receber seu conteúdo.
 
Para concluir, cabe recordar o critério mencionado no início para ajudar a determinar se algo é bom (quando nos aproxima de Deus) ou ruim (quando nos afasta de Deus), o que se aplica a muitas realidades da vida – também às novelas e demais programas de televisão.

Fonte: www.aleteia.org