"Nunca teria pensado que as pessoas pudessem permitir atacar uma religiosa deste modo", afirmou o rapper J-Ax
J-Ax, o “coach” de Irmã Cristina Scuccia, a religiosa que ganhou a última edição do reality show “The Voice” Itália, revelou em uma entrevista concedida a um jornal local a “perseguição religiosa” que a jovem sofreu enquanto esteve no programa.
Em uma entrevista concedida ao jornal Il Garantista, Alessandro Aleotti –nome verdadeiro de J-Ax– conta que quando terminou o concurso chamou Irmã Cristina e também à madre superiora de sua comunidade. “Disse às duas que ‘hoje me confio às mãos das ursulinas e do Vaticano!’ porque foi uma coisa ruim também para mim. Nunca teria pensado que as pessoas –falo também das pessoas no trabalho, dos outros artistas– pudessem permitir atacar a uma religiosa deste modo”.
“Ninguém o teria feito com um monge budista”, adicionou.
Ao ser perguntado sobre a existência da perseguição contra os monges budistas, o cantor diz estar de acordo em que isso efetivamente aconteça, “mas, muito menos que com Irmã Cristina. Há muita gente que a viu como uma invasão de parte da Igreja”.
Diversos meios e personagens na Itália questionaram a participação da religiosa, que logo depois de ganhar The Voice pediu a todos que rezem o Pai Nosso para que “Jesus entre aqui”.
J-Ax comenta depois que se define “leigo porque neste momento não quero criar confusões, mas minha viagem espiritual está agora em marcha. Nós não conseguimos ver a verdade porque nosso cérebro é muito pequeno”.
“Acho que podemos chegar a ela (a verdade) percorrendo o caminho científico e o caminho espiritual juntos, mas não acredito nas estruturas religiosas porque com os anos demonstraram ser o contrário daquilo que dizem ser. Dito isto, existem sacerdotes e ursulinas que fizeram coisas grandiosas”.
Sobre as razões que o levaram ao The Voice, J-Ax comenta que uma delas foi a experiência de uma “crise cultural” sobre seu suposto “machismo”.
“Enquanto que J-Ax faz dois anos não teria se permitido emocionar com aIrmã Cristina, hoje não me envergonho de ter derramado algumas lágrimas”, como quando escutou pela primeira vez à religiosa cantar “No One” de Alicia Keys.
Sobre seu futuro e sua amizade com Irmã Cristina, o cantor italiano afirma que “agora quero fazer meu disco, me separo de tudo isso e volto ao lugar de onde venho, mas se precisarem de mim, se há perigo, que me chamem”.
“Também lhe dei um conselho, digamos, de trabalho. Uma das coisas que define um homem é a palavra. E eu dei a minha palavra a esta moça de que ia defendê-la, que ia ser seu escudo. Tenho feito isso e sempre o farei”, conclui.
Fonte: www.aleteia.org