sábado, 14 de junho de 2014

Evangelho: Os juramentos

Os juramentos 


Mt 5,33-37

“Ouvistes também que foi dito aos antigos: ‘Não jurarás falso’, mas ‘cumprirás os teus juramentos feitos ao Senhor’. Ora, eu vos digo: não jureis de modo algum, nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o apoio dos seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do Grande Rei. Também não jures pela tua cabeça, porque não podes tornar branco ou preto um só fio de cabelo. Seja o vosso sim, sim, e o vosso não, não. O que passa disso vem do Maligno.”

COMENTÁRIOS

Outra forma do que significa pureza do coração.

Trata-se da quarta antítese. Pouco a pouco vai sendo explicitada em que consiste a “justiça maior” a ser vivida pela comunidade cristã. Essa quarta antítese é explicitação do que significa a pureza de coração. “Não jurar” (Ex 20,16; Dt 5,20; Lv 19,12) evoca sinceridade, que é outra forma de pureza de coração. Uma pessoa livre exprime sua liberdade no modo como fala, na autoridade de suas próprias palavras, sem precisar recorrer a qualquer outro elemento de atestação. Essa atitude nasce da coerência interna, da simplicidade, do desapego de si mesmo e das coisas. À diferença das demais antíteses, essa quarta não se refere propriamente às relações humanas, mas a um dever em relação a Deus. O juramento é uma promessa acompanhada de uma invocação da divindade. Se Jesus condena todo tipo de juramento (vv. 34-36; Tg 5,12), é para que a pessoa vença todo tipo de hipocrisia. Para não pronunciar o nome de Deus, os judeus juravam pelo céu, pela Cidade Santa, pela terra. A interdição de Lv 19,12, Jesus estende a todo juramento. Se Jesus prescreve a não jurar por o que quer que seja, é porque o ser humano não pode engajar na sua própria palavra o que é próprio de Deus. Jurar é uma forma de submeter Deus ao homem.

Carlos Alberto Contieri, sj