Raphael Freire
Neste
domingo, 21 de abril, Dia do Bom Pastor, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom
Orani João Tempesta, presidiu a Missa de Envio dos Símbolos da Jornada Mundial
da Juventude (JMJ) – Cruz Peregrina e Ícone de Nossa Senhora –, no Santuário
Nacional de Aparecida, em São Paulo. A Celebração Eucarística, que fez parte da
programação do Hallel Aparecida Internacional, marcou a passagem dos Símbolos
do Estado de São Paulo para o Rio de Janeiro, e foi concelebrada pelo Arcebispo
de Aparecida e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, pelo Bispo da Diocese de Barra do
Piraí-Volta Redonda, Dom Francisco Biasin, por padres do Comitê Organizador
Local (COL) da JMJ Rio2013, e por diversos bispos e sacerdotes de todo o país.
— Agradeço ao Cardeal, Dom Damasceno, pela
oportunidade de presidir esta Eucaristia nesse dia memorável que juntamente com
o tempo da Páscoa, com o Domingo do Bom Pastor, com o quinquagésimo Dia Mundial
de Oração pelas Vocações, também celebramos o dia da entrega dos Símbolos da JMJ ao Estado do Rio de Janeiro, através da
Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda, primeira porta de entrada dos Símbolos
ao Estado. Também é momento de agradecer todo o trabalho do Hallel Aparecida e
todos os trabalhos que aconteceram com a passagem da Cruz e o Ícone de Nossa
Senhora, que desde o dia 18 de setembro de 2011 abrem os caminhos e conduzem
todos ao Rio de Janeiro que de coração aberto quer acolher a todos junto com o
Papa Francisco para depois sairmos em missão fazendo discípulos em todos os
povos, destacou Dom Orani.
Durante
a celebração, os fiéis foram levados a refletir sobre o compromisso diário
firmado com Deus. Na Liturgia da Palavra, puderam ouvir o testemunho de Paulo e
Barnabé, que foram perseguidos por judeus, expulsos de seu território, mas que
não desistiram de levar a Palavra aos pagãos, enchendo os discípulos de
alegria. Durante a homilia, Dom Orani destacou que o Evangelho segundo João
salienta alguns aspectos que todos são chamados a viver e que desejam que seja
fruto, consequencia da JMJ Rio2013.
— Escutar a voz de Deus significa acolher a sua mensagem,
aquilo que Ele nos disse, e nós temos certeza que os jovens e todos que irão ao
Rio de Janeiro vão com este espírito de peregrino porque escutaram, escutam e
querem sempre escutar a voz de Cristo. É isso que nós pedimos a Deus e que a
Palavra coloca para nós: que o fruto do nosso trabalho seja uma adesão ainda
maior à Cristo. Esse envio da Cruz Peregrina e do Ícone de Nossa Senhora deve ir
dizendo a todos aqueles que irão para a cidade do Rio que eles são chamados a
tudo fazer para estar sintonizado com o coração de Cristo e deixar-se conduzir
pelo espírito de Deus, pois este é o desejo do coração do Senhor. (...)
Uma vez que nós seguimos a Cristo tornamo-nos missionários e somos chamados a
ser firmes na fé testemunhando o Senhor, como recordava o tema da JMJ de Madri.
Essa projeção missionária deve ser uma consequência de ouvir à Cristo e nunca
desanimarmos D’Ele. Que nossas atitudes sejam justamente atitudes de pessoas de
fé que assim querem caminhar, viver e testemunhar Jesus Cristo, Nosso Senhor,
exortou Dom Orani.
Com
muito carinho, no final da Missa, os jovens da Arquidiocese de
Aparecida entregaram os Símbolos da JMJ ao Bispo da Diocese de Barra do
Piraí-Volta Redonda, Dom Francisco Biasin, que recebeu um emocionado e grande
abraço dos jovens de sua diocese no momento em que entregou para eles a
Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora.
— Foi um momento inesquecível quando os jovens da diocese
subiram no altar, pois eu estava lá e de repente me vi abraçado calorosamente
por vinte, trinta jovens. Depois fomos juntos acolher e carregar a Cruz e o
Ícone de Maria, e passamos no meio da Basílica do Santuário numa grande emoção
de todo o povo, sobretudo, dos jovens, que se tornaram protagonistas desse
momento tão importante, afirmou Dom Francisco Biasin.
Após a
celebração, o cortejo com os Símbolos da Jornada Mundial da Juventude seguiu de
Aparecida, São Paulo, para o município de Itatiaia, no Estado do Rio, onde foi
acolhido por fiéis da Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda no Estádio
Municipal Antônio Corrêa.
Símbolos da JMJ
A Cruz
A Cruz
da JMJ ficou conhecida por diversos nomes: Cruz do Ano Santo, Cruz do Jubileu,
Cruz da JMJ, Cruz Peregrina, e muitos a chamam de Cruz dos Jovens porque ela
foi entregue pelo Papa João Paulo II aos jovens para que a levassem por todo o
mundo, a todos os lugares e a todo tempo.
A cruz
de madeira de 3,8 metros foi construída e colocada como símbolo da fé católica,
perto do altar principal na Basílica de São Pedro durante o Ano Santo da
Redenção (Semana Santa de 1983 à Semana Santa de 1984). No final daquele ano,
depois de fechar a Porta Santa, o Papa João Paulo II deu essa cruz como um
símbolo do amor de Cristo pela humanidade. Quem a recebeu, em nome de toda a
juventude, foram os jovens do Centro Juvenil Internacional São Lourenço, em
Roma. Estas foram as palavras do Papa naquela ocasião: “Meus queridos jovens,
na conclusão do Ano Santo, eu confio a vocês o sinal deste Ano Jubilar: a Cruz de
Cristo! Carreguem-na pelo mundo como um símbolo do amor de Cristo pela
humanidade, e anunciem a todos que somente na morte e ressurreição de Cristo
podemos encontrar a salvação e a redenção” (Sua Santidade João Paulo II, Roma,
22 de abril de 1984).
Os
jovens acolheram o desejo do Santo Padre. Desde 1984, a cruz da JMJ peregrinou
pelo mundo, através da Europa, além da Cortina de Ferro, e para locais das
Américas, Ásia, África e Austrália, estando presente em cada celebração
internacional da Jornada Mundial da Juventude. Em 1994, a cruz começou um
compromisso que, desde então, se tornou uma tradição: sua jornada anual pelas
dioceses do país sede de cada JMJ internacional, como um meio de preparação
espiritual para o grande evento.
O Ícone de Nossa Senhora
Em 2003,
o Papa João Paulo II deu aos jovens um segundo símbolo de fé para ser levado
pelo mundo, acompanhando a cruz da JMJ:
o Ícone de Nossa Senhora, “Salus Populi Romani”, uma cópia contemporânea de um
antigo e sagrado ícone encontrado na primeira e maior basílica para Maria a Mãe
de Deus, no Ocidente, Santa Maria Maior. “Hoje eu confio a vocês... o Ícone de
Maria. De agora em diante, ele vai acompanhar as Jornadas Mundiais da
Juventude, junto com a cruz. Contemplem a sua Mãe! Ele será um sinal da
presença materna de Maria próxima aos jovens que são chamados, como o apóstolo
João, a acolhê-la em suas vidas” (Roma, 18ª Jornada Mundial da Juventude,
2003).
* Fotos:
Carlos Moioli